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| Foto: Divulgada
Manifestantes ficaram na faixa de pedestre em
frente ao IFRR para cobrar por justiça e providência das autoridades de
trânsito
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Cerca de 350 pessoas participaram do movimento denominado “Quem matou Humbertina”, organizado pelos próprios estudantes do ensino médio, técnico e superior. De acordo com o professor de filosofia Paulo Racoski, esta nova mobilização serve para pedir melhor apuração nas investigações e punir os culpados pelo acidente.
“Os amigos e familiares de Humbertina Marinho Lima, de 45 anos, estão se sentindo injustiçados. Até agora não houve sequer um pronunciamento ou notícia da polícia de que o culpado estaria pagando pelo acidente. O pior de tudo é que o município ainda não admitiu que o local precisa de nova sinalização. Na semana passada eles apenas pintaram a faixa e isso não é o suficiente”, disse o professor.
Segundo ele, a autoridade de trânsito da Prefeitura de Boa Vista, Luis Miura respondeu na imprensa os questionamentos dos alunos e disse que o índice de acidentes e mortes no local onde ocorreu a fatalidade é pequeno, por isso não teria a necessidade de instalar lombadas, redutores de velocidade ou até mesmo semáforo.
“Milhares pessoas atravessam essas faixas todos os dias. Semanalmente flagramos acidentes no local. Queremos uma solução rápida para esse problema. Há 10 anos que o reitor do IFRR luta para que o poder público instale equipamentos que forcem a parada dos veículos antes das faixas. Precisaremos de mais mortes para que façam algo?”, questionou Racoski.
No dia seguinte à morte da aluna do curso de Gestão Hospitalar da IFRR foi realizado o primeiro protesto. Cerca de 700 estudantes foram para a rua pedir mais respeito ao pedestre no trânsito. Munidos de cartazes com frases reivindicatórias, os manifestantes clamavam por respeito à vida e se diziam solidários à família da vítima que morreu após ser acidentada quando atravessa na faixa de pedestre.
O diretor do Campus Boa Vista do IFRR, Milton Piovesan, informou que um documento foi elaborado para ser enviado às autoridades com o intuito de reivindicar melhorias no trânsito nas proximidades da instituição. “Com esse manifesto, pretende-se buscar a conscientização dos motoristas quanto à importância do respeito à faixa de pedestre, um direito do cidadão que não deve ser ignorado”, frisou.
O segundo manifesto, os professores de Filosofia, Paulo Racoski, e de História, Pierre Pinto, muniram-se de picaretas e começaram a cavar uma valeta para servir de redutor de velocidade antes das faixas de pedestres em frente ao IFRR, na avenida Via das Flores, que é extensão da Glaycon de Paiva. Na ocasião, ao iniciar a escavação, foram interrompidos por agentes da Superintendência Municipal de Trânsito (SMTRAN).
ACIDENTE - Testemunhas disseram que o carro que atropelou a estudante, uma caminhonete, trafegava em alta velocidade pela avenida Glaycon de Paiva e não parou para que a pedestre pudesse concluir a travessia. A informação foi confirmada por familiares, pois um filho da vítima havia acabado de deixá-la em frente ao prédio do IFRR para que ela atravessasse a faixa de pedestre.
Conforme relatos, no momento em que a mulher acenou para os condutores, todos os carros pararam para que ela atravessasse a avenida na faixa, menos a caminhonete. Quem se apresentou como condutor do carro foi um sargento da Polícia Militar, o qual permaneceu no local. Humbertina ainda recebeu atendimento do Resgate de Acidentados do Corpo de Bombeiros de Roraima.
PREFEITURA - A Folha encaminhou novamente e-mail para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura para saber sobre possíveis ações a serem realizadas em frente ao IFRR, mas até o fechamento desta matéria, às 16h, não houve retorno.
CAÍQUE SILVA
