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MPF abre procedimento para apurar morte de bebê Yanomami no aeroporto

Infraero e Dsei - Yanomami serão ouvidos para investigar se houve negligência
Bebê Yanomami morreu nos braços da mãe no saguão do aeroporto (Foto: Divulgação)

O Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR) abriu procedimento para descobrir em quais circunstâncias aconteceu a morte de um bebê indígena Yanomami no saguão do Aeroporto Internacional Atlas Cantanhede, em Boa Vista, na tarde de quinta-feira, 15. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y) serão ouvidos. 
A criança de 10 meses de idade faleceu às 12h, após chegar em uma aeronave alugada pelo Exército, juntamente com sua mãe, pai e o irmão de 3 anos. Moradores da região do Auaris, Norte de Roraima, eles buscavam atendimento de saúde em Boa Vista para o bebê que apresentava clínico com vômito, diarreia e desidratação.
Um dos militares que estava no avião relatou que estava em missão no local juntamente com a sua equipe do Exército. Eles receberam da Secretaria Especial de Saúde Indígena de Roraima (Sesai-RR) pedido para que dessem uma carona à família da criança. “O piloto aceitou e trouxemos as quatro pessoas. Tinha muito espaço para o enfermeiro da Sesai, que não veio. Quando chegamos a Boa Vista, o co-piloto levou a família para o desembarque, e a Sesai deveria ter tomado as providências”, disse.
Mas, logo em seguida, o bebê piorou e voltou a vomitar, falecendo nos braços de sua mãe. Permaneceu no colo dela por pelo menos três horas, segundo testemunhas. A mãe gritava e chorava muito, chamando a atenção dos passageiros de outros voos, que decidiram acionar o Serviço Móvel de Urgência (Samu). As pessoas disseram não ter visto apoio por parte da Infraero. O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Roraima (IML).
Na ocasião, a Sesai respondeu que esperava o bebê no hangar do governo. Mas, para a Folha, o diretor do Dsei-Yanomami se recusou a dar entrevista. O procedimento correto, nestas situações, é o acompanhamento de técnicos da Sesai durante todo o traslado até a Casa do Índio (Casai), na Capital.
A Infraero declarou que acionou o Samu e também a Sesai assim que notou que a criança passava mal no desembarque de passageiros. A empresa mostrou-se disposta a colaborar com o Ministério Público Federal. “Cabe destacar que o Aeroporto de Boa Vista conta com atendimento médico do Samu sempre que há a necessidade de acionamento, seja a pedido da Infraero ou por solicitação de companhias aéreas ou operadores de aeronaves, que informe sobre a necessidade de apoio médico para seus passageiros”, frisou. (NW)




Por Folha Web
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