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Caos continua no Hospital da Criança


   
Foto:  Caíque Silva
Dona de casa com o filho de 1 mês de vida chegou do Cantá às 10h, mas até o final da tarde ainda esperava atendimento


Continuam a demora no atendimento e a falta de remédios e profissionais no Hospital da Criança Santo Antônio, no bairro 13 de Setembro, zona Sul. Ontem à tarde, mais uma vez a Folha recebeu inúmeras reclamações de pais que buscavam atendimento para os filhos na unidade de saúde municipal. No local, a equipe de reportagem novamente constatou as denúncias. A recepção do hospital estava lotada. A cena era deprimente. Crianças com febre alta choravam e vomitavam pelos corredores.

“Cheguei aqui às 9 horas da manhã e até agora estou esperando resultado [já se passava das 17h]. Venho lá do Cantá [município a 35 quilômetros da Capital] com meu filho doente, de um mês e vinte dias de vida, mas não consigo atendimento. O que me informaram? Não tem pediatra. Como pode uma coisa dessas, um hospital de criança não ter pediatra?”, resignou-se a dona de casa Antônia Diana, 41 anos, 

A doméstica Daiana Ribeiro, 40 anos, moradora do bairro São Bento, zona Oeste, já aguardava há mais de oito horas na recepção do hospital. “Cheguei aqui de manhã, às 10h30, e ainda não fui atendida. Meus dois filhos estão com febre alta. Simplesmente me mandarameu esperar”, disse a mãe, indignada.

A fiscal de caixa Jaqueline Alves, 34 anos, moradora do bairro Cauamé, na zona Oeste, também lamentou a demora no atendimento e a falta de profissionais no hospital. “Cheguei aqui às 10h e minha criança ainda não foi atendida. Ela está com dor de garganta”, lamentou.

Alguns pais que acompanhavam os filhos internados, ontem à tarde, disseram que continuava a coleta nos corredores do hospital para comprar remédios e materiais utilizados na aplicação de soro. “Isso é um descaso com a saúde de nossas crianças. É uma vergonha”, resignou-se uma mãe, que preferiu não se identificar.

Segundo um enfermeiro concursado do município, que não se identificou por temer represálias, este mês, oito enfermeiros renunciaram aos cargos no Hospital Santo Antônio porque foram convocados no concurso público da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau).

“Sabe o que está acontecendo? O secretário [Marcelo Lopes] mandou distribuir plantão extra e quem fazia 11 noturnos por mês agora está tirando 22 plantões. Por que ele não convoca os demais concursados da Saúde municipal?”, questionou o servidor.

O enfermeiro lembra que das 154 vagas para o cargo, apenas 106 foram convocados pela prefeita Teresa Surita (PMDB). Desses, segundo o denunciante, muitos já renunciaram para tomar posse no Estado. “Agora, sem profissionais suficientes para atender a demanda, o secretário prefere pagar plantão extra a convocar os 48 enfermeiros concursados”, frisou.

O enfermeiro também fez outra denúncia. Segundo ele, para burlar a lei e o Ministério Público do Estado (MPRR), a prefeitura estaria criando inúmeras coordenações para contratar pessoal temporário. “São mais de 300 com contrato provisório na Saúde municipal. Foi um jeito que arranjaram para segurar os cabos eleitorais”, denunciou.

Os concursados que ainda não foram convocados adiantaram que ainda esta semana irão ao Ministério Público cobrar providências. “Só queremos que a lei seja cumprida para que tomemos posse do cargo em que fomos aprovados no concurso público. Só isso”, destacou.

PREFEITURA
– Ainda no Hospital da Criança, na tarde de ontem, a Folha tentou falar com a direção daquela unidade, mas um atendente informou que o contato deveria ser feito pela Prefeitura. A Folha mandou e-mail ontem à tarde para a Secretaria de Comunicação da PMBV, que não deu resposta até o encerramento da matéria, às 19h40. (AJ)





AMILCAR JÚNIOR
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