Chafik pegou 115 anos de prisão, e Washington, 97 anos e 6 meses.
Eles foram condenados pelas mortes de 5 sem-terra em 2004.
O fazendeiro Adriano Chafik Luedy e Washington Agostinho da Silva foram condenados, na madrugada desta sexta-feira (11), pela "Chacina de Felisburgo".
Chafik pegou 115 anos de prisão; Washington, 97 anos e seis meses de cadeia.
O juiz Glauco Soares Fernandes começou a ler a sentença à 1h55. As penas são em regime fechado.
Chafik e Washington, porém, não foram presos, pois ambos estão beneficiados por habeas corpus. O alvará de prisão será expedido apenas após transitada em julgada a decisão do habeas corpus.
O crime teve o júri desmembrado na quinta-feira (10) no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Após abertura da sessão às 9h40, o pedido para julgar os réus separadamente foi feito pela defesa do fazendeiro Adriano Chafik e de Washington Agostinho, e aceito pela dos outros dois réus. Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza vão a júri no dia 23 de janeiro, e, por isso, deixaram a sessão.
Todos foram acusados de matar cinco pessoas em um assentamento de sem-terra em novembro de 2004, de acordo com a Justiça. O crime aconteceu na fazenda Nova Alegria. Na data das mortes, 27 casas e uma escola foram incendiadas no assentamento.
Os quatro respondem também por 12 tentativas de homicídios, referente aos feridos na data do crime, e Chafik, por formação de quadrilha.
Manifestantes protestam em frente ao Fórum
Lafayette (Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo a assessoria do fórum, Adriano Chafik, que era proprietário da
Fazenda Alegria, comandou o ataque após perder na Justiça uma ação de
reintegração de posse. Um quinto réu, Admilson Rodrigues Lima, morreu
antes de ser julgado.Lafayette (Foto: Reprodução/TV Globo)
Desde cedo, integrantes do Movimento Sem-Terra se reuniram em frente ao fórum. Duas sessões foram adiadas neste ano: a primeira, no dia 15 de maio, e a segunda, no dia 21 de agosto.
O processo foi transferido da comarca que atende Felisburgo para a capital mineira para garantir a imparcialidade e a segurança dos envolvidos no júri popular, conforme a Justiça.
Três dos réus – Adriano Chafik, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza – chegaram a ser presos após o adiamento do julgamento no dia 21 de agosto. Segundo o fórum, eles foram soltos em setembro após conseguirem habeas corpos concedido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marco Aurélio Bellize.
Do G1, em São Paulo