Menina levou tiro em ataque do Talibã paquistanês, que criticou premiação.
Ela milita pelo direito às meninas a receber educação formal no país.
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, militante pelo direito à educação, ganhou nesta quinta-feira (10) o respeitado Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, do Parlamento Europeu.
"Ao conceder este prêmio a Malala Yousafzai, o Parlamento Europeu reconhece a incrível força desta jovem mulher. Malala defende com bravura o direito de todas as crianças a ter uma educação. Este direito que muitas vezes é negado às mulheres", destacou o presidente do Parlamento, Martin Schulz, em um comunicado.
Os líderes dos grupos políticos do Parlamento escolheram por unanimidade a adolescente, vítima de um atentado a tiros do movimento fundamentalista islâmico talibã há um ano, por seu trabalho a favor da educação das meninas.
Malala, considerada uma das favoritas para vencer o Prêmio Nobel da Paz, será convidada a receber o prêmio em 20 de novembro em Estrasburgo.
Os líderes do Parlamento Europeu escolheram a jovem paquistanesa em uma lista que também tinha o nome do americano Edward Snowden, que revelou a vigilância sistemática dos Estados Unidos a nível mundial, e dos ativistas detidos de Belarus Ales Bialiatski, Eduard Lobau e Mykola Statkevich.
O prêmio Sakharov para a liberdade de consciência, que tem o nome como homenagem ao cientista e dissidente soviético Andrei Sakharov, foi criado em 1988 pelo Parlamento Europeu para reconhecer pessoas ou organizações que dedicam suas vidas ou ações à defesa dos direitos humanos e das liberdades.
Talibãs criticam
Malala "não fez nada" para merecer o prêmio, afirmaram nesta quinta-feira os talibãs do Paquistão, que continuam ameaçando a vida da adolescente.
"Não fez nada. Os inimigos do islã entregaram este prêmio já que abandonou a religião muçulmana e se tornou laica", declarou à AFP Shahidullah Shahid, porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP).
A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai (Foto: AFP)
Do G1, em São Paulo