Agentes do sistema prisional cobram diárias atrasadas e saída de gestores.
'Operação Padrão' tem o propósito de forçar governo a cumprir exigências.
 |
| Assembleia dos agentes ocorreu neste sexta-feira (11) (Foto: Divulgação/ Sindape) |
Durante a assembleia os agentes do sistema prisional decidiram voltar a reivindicar o pagamento de diárias atrasadas, melhoria na escolta de presos, equipamentos de segurança e armamento não letal em condições de operação.
Além disso, a categoria cobra o envio do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração à Assembleia Legislativa e a indicação de um agente para chefe da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap).
Na reunião, segundo o presidente Sindape, Lindomar Sobrinho, ficou decidido que a partir de quarta (16), os agentes passarão a cumprir a 'Operação Padrão. Ele cita que a categoria solicitou a assembleia extraordinária para cobrar exigências que já foram feitas em 2015 ao estado.
A retomada da chefia de plantão para os agentes na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo também foi pauta de discussão.
"A 'Operação Padrão' é um manifesto contra a falta de atendimento do governo ao agente e o descaso com a classe. As escoltas serão feitas de acordo com a lei, ou seja, com um preso e dois agentes. E caso não tenha colete à prova de bala e espingarda com tiro de borracha não será feita a escolta. Queremos segurança", afirma Sobrinho.
"Eles tiram do próprio bolso. Fazem a escolta e não recebem. A lei prevê cinco dias antes para o pagamento das diárias. Na 'Operação Padrão', caso não seja paga as diárias, a categoria não se deslocará com o preso. Daremos um prazo para que em dez dias o estado comece a quitar as diárias atrasadas", destaca.
Ainda de acordo com Sobrinho, as situações negativas que ocorrem no sistema prisional são atribuídas aos agentes.
"Há ainda a perseguição por parte do secretário-adjunto da Sejuc [Secretaria de Justiça e Cidadania], coronel Borges. Ele impede e bane o direito de autonomia funcional dos agentes, que afirmam ser perseguidos quando trabalham", cita, acrescentando que a classe pede a saída também do corregedor-geral Carlos Philippe Sousa.
Conforme o sindicato, após 20 dias de operação a categoria realizará outra assembleia para decidir se entrará em greve geral.
Governo diz que reivindicações são consideradas legítimas
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social do governo informou que as reivindicações dos agentes penitenciários relacionadas a benefícios inerentes ao cargo são consideradas pelo secretário estadual de Justiça e Cidadania, Josué Filho, como legitimas.
Conforme o secretário, o governo reconhece a necessidade de atender tais demandas e está sensível a isto por se tratar de um direito da categoria, e "já estava buscando meios de atender estes anseios".
A nota ressalta ainda que os agentes penitenciários tem conhecimento disso. "Quanto às mudanças nos cargos citados, trata-se de ação discricionária do Poder Executivo. Josué Filho afirmou que entende a insatisfação momentânea dos agentes em relação a um ou outro cargo, visto que faz parte da convivência e da administração pública", finalizou a nota.
