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Twitter completa 10 anos, foca em imediatismo e usa Brasil de modelo

Rede social completa uma década em posição financeira delicada.
País está se consolida como um dos cinco mais importantes para empresa.
Sede do Twitter em São Francisco, nos Estados Unidos, em imagem de dezembro de 2014 (Foto: Eric Risberg/AP)

O Twitter completa 10 anos nessa segunda-feira (21) com a proeza de manter seu princípio mais básico: publicações com apenas 140 caracteres. A rede social busca manter a relevância diante de Facebook e Snapchat ao apostar no imediatismo e utilizando o Brasil, um de seus cinco mercados mais importantes, como modelo para estratégias em países emergentes.
Mesmo ao sofrer com a perda de US$ 521 milhões em 2015 no mundo e se despedir de alguns de seus executivos desde o final do ano, a empresa reporta um crescimento de 139% nos rendimentos no país. Mais do que isso, a rede social espera que a a tendência continue na casa dos três dígitos em 2016 -- principalmente considerando a aproximação dos Jogos Olímpicos.
Não é à toa que o Brasil tenha se firmado como um dos principais mercados em seus planos. Ao contrário de Estados Unidos e Europa, o país oferece grande potencial de crescimento, já que quase metade da população ainda não teve o primeiro contato com a internet. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) estima que 45,6% dos brasileiros não acessa a rede mundial de computadores.
Além disso, assim como em outros países emergentes, no Brasil as pessoas estão entrando na internet pela primeira vez direto pelo smartphone, plataforma mais usadas pelos usuários do Twitter.
“Essa é uma realidade que não existe nos EUA. Então, funciona como um bom campo de estudo de comportamento”, afirmou ao G1 em entrevista por telefone Phillip Klien, diretor de estratégias de expansão da empresa no país.
De acordo com ele, o Brasil recebe bem as novidades pelas quais o site tem passado ultimamente. Por essas que esta é uma das regiões a receber primeiro algumas das maiores inovações da rede social.
Os brasileiros conheceram o Moments, recurso que usa as mensagens publicados na plataforma para contar histórias sobre os assuntos mais relevantes do dia, apenas depois dos americanos -- e apresenta uma média de uso acima da média mundial.
“Em qualquer reunião na qual  discutimos o Brasil, o destaque é o engajamento; Seja o RT, seja o like, seja as respostas [a outros usuários], afirma Klien. “Em termos de ‘heavy users’, é até covardia comparar com os outros países”, analisa, sobre os usuários que utilizam muito a plataforma ou têm muitos seguidores.
Rapidez
A empresa, no entanto, sabe que deve focar no público mais jovem se quiser ter um futuro sem as atuais preocupações. Sua resposta, então, é aumentar o imediatismo oferecido.
Nesse quesito, seu maior rival é o Snapchat, rede social que permite a publicação de fotos e vídeos curtos e que tem 45% de seus usuários tem entre 18 e 24 anos de acordo com a empresa de análise de internet comScore.
De olho na concorrência, o Twitter comprou em janeiro de 2015 o Periscope, aplicativo de transmissão ao vivo de vídeos, antes mesmo de seu lançamento. No entanto, a integração direta entre as duas plataformas só aconteceu um ano depois. Somente em 2016 seus usuários passaram a acompanhar transmissões direto em suas linhas do tempo.
Tanto que, ao assumir a posição de chefe-executivo em outubro, Jack Dorsey, um dos fundadores da empresa, estabeleu o aumento da integração entre Periscope e Twitter como uma de suas cinco prioridades.
“Cada geração que passa o ‘live’ passa a ser mais ‘live’. Eu estou acostumado a abrir o jornal no dia seguinte e achar que a notícia está fresca, mas essa geração tá acostumada a tudo na hora”, diz Klien.
Além de refinamento da plataforma em geral, do aumento da voz de influenciadores dentro da rede, e de atrair a atenção de desenvolvedores para a rede, Dorsey também sabe da importância que deve dar à segurança. Afinal, comportamento abusivo na rede social é apontado como um dos principais motivos pelos quais o número de usuários não cresceu em 2015.
Para combater os casos de ameaças e abusos entre usuários, a empresa anunciou em dezembro uma série de medidas para conter comportamentos de ódio. Mais do que isso, em fevereiro, também suspendeu 125 mil contas que promoviam o terrorismo.
Aos poucos, o Twitter tenta sair da situação delicada em que se encontra. Em seu aniversário de uma década, a empresa parece ter finalmente acordado.






Cesar SotoDo G1, em São Paulo
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