Park Geun-hye foi destituída do cargo, após suspeita de se envolver no escândalo da 'Rasputina'. Ela perdeu imunidade
A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, destituída em dezembro
passado, foi interrogada nesta terça-feira (21) sobre o escândalo de
corrupção e abuso de poder que a fez perder o cargo.
Park havia evitado durante meses prestar depoimento, protegida pela imunidade do cargo de líder do país asiático.
A ex-presidente pediu desculpas às pessoas reunidas diante da
Promotoria de Seul, acrescentando que "me submeterei à investigação
sinceramente".
Park foi destituída pelo Parlamento em dezembro, enquanto milhões de
pessoas ocupavam as ruas para exigir seu impeachment por um escândalo de
corrupção que abalou a classe política e empresarial do país.
A destituição de Park foi confirmada pelo Supremo Tribunal
no início deste mês, acabando com a carreira política de uma mulher que
cresceu no Palácio presidencial como filha do ditador Park Chung-hee.
O comboio de Park avançou lentamente na saída de sua residência,
cercado por uma multidão de partidários que agitavam bandeiras e a
acompanharam pelo trajeto.
Park se tornou a primeira mulher presidente da Coreia do Sul, ao ser
eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.
Mas seu estilo distante e uma série de polêmicas, somadas ao descontentamento social e político, minaram sua popularidade.
A gota d'água foi o escândalo político que teve como figura central
Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" pela imprensa. Amiga de Park há 40
anos, Choi Soon-sil foi acusada de utilizar sua influência para receber
mais de US$ 70 milhões de diferentes empresas sul-coreanas, e de
intromissão nos assuntos do Estado.
Park pediu perdão, em diversas ocasiões, pelo escândalo, mas sempre
negou as acusações de ter agido ilegalmente. "Jamais busquei
enriquecimento ou abusei do poder como presidente...".
Com a destituição de Park, a Coreia do Sul deve realizar eleições presidenciais em maio, e o favorito é Moon Jae-In, antigo líder do opositor Partido Democrático.
Por France Presse