O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite de
terça-feira (21) que Washington pressiona para uma intervenção
internacional em seu país, mas evitou apontar diretamente para o colega
americano, Donald Trump.
"O Departamento de Estado tem ativado todos os embaixadores,
particularmente na América Latina e Caribe, (...) pressionando todos os
governos (...) para que apoiem uma intervenção global contra a
Venezuela", disse Maduro em um conselho de ministros exibido pelo canal
estatal VTV.
O presidente venezuelano acusou o 'lobby' em Miami de promover um golpe
de Estado contra ele, com o apoio de setores da oposição venezuelana.
"Há um pote muito grande em Miami de quatro, cinco magnatas
chantageando, porque eles dizem que vêm governar a Venezuela", disse
Maduro.
As declarações do presidente aconteceram poucas horas depois de o
Parlamento venezuelano, dominado pela oposição, ter aprovado um acordo
que pede a "convocação imediata" do Conselho Permanente da Organização
dos Estados Americanos (OEA) para avaliar a aplicação da Carta
Democrática Interamericana no país, abalado por uma grave crise política
e econômica.
O pedido do Parlamento ocorre após o secretário-geral da OEA, Luis
Almagro, entregar ao Conselho Permanente, no dia 14 de março, um pedido
de aplicação da Carta Democrática e da suspensão da Venezuela como
membro da organização caso não aconteçam eleições em breve.
As eleições presidenciais estão previstas para dezembro de 2018,
enquanto a de governadores - marcadas para dezembro passado - foram
adiadas para 2017, em data a ser determinada.
"Estes que estimulam a vinda do império norte-americano para interferir
nos assuntos da Venezuela, a intervir politicamente, a intervir
economicamente, (...) são uns insensatos", disse Maduro.
Venezuela e Estados Unidos têm uma relação tensa e não possuem
embaixadores desde 2010. Maduro, no entanto, tem evitado os confrontos
com Donald Trump desde que o republicano tomou posse como presidente.
Por France Presse