Com menos de dois anos de idade, a pequena Lorena Vitoria já passou por
seis cirurgias. Ela nasceu com mielomeningocele, que é uma malformação
congênita na coluna vertebral, e também desenvolveu hidrocefalia. A
família, que é de Bertioga, no litoral de São Paulo, está juntando
dinheiro para levar a menina à Tailândia, onde ela passará por um
tratamento com células tronco que pode dar a chance da menina andar pela
primeira vez na vida.
A mãe de Lorena, a dona de casa Maria Carolina Camilo, de 22 anos,
descobriu que a filha tinha a doença apenas na hora do nascimento. “A
coluna nasceu aberta com os nervos e a medula expostos. Ela fez a
cirurgia para fechar com sete dias de vida. E deu hidrocefalia nela. Com
nove dias de vida, ela colocou uma válvula. Ao todo, ela já fez seis
cirurgias, entre vários procedimentos”, conta Maria Carolina.
Segundo ela, os médicos dizem que Lorena teve uma malformação durante a
gestação, mas não há um motivo certo para isso ter acontecido. Os
médicos disseram à Maria Carolina que Lorena não iria andar, nem falar e
que a doença não tinha cura. A notícia abalou a família toda. Os pais,
porém, não desistiram de procurar tratamento para que a filha tivesse
uma vida melhor. Lorena faz fisioterapia toda semana para fortalecer os
membros e também é acompanhada pelos médicos.
“O que afetou mais é a parte motora, que ela não tem o movimento da
cintura para baixo, e a parte do intestino e a bexiga que ela não sente,
ela não tem controle. Os médicos disseram que ela não ia falar, mas ela
já fala papai e mamãe. A gente ensina”, explica a mãe da menina.
Nas redes sociais, Maria Carolina se juntou a mães de outras crianças
que possuem os mesmos problemas que Lorena. Essa foi a forma que ela
encontrou de compartilhar experiências e ideias com pessoas que passam
pelas mesmas situações que ela e a filha. Assim, descobriu um
transplante de células tronco no hospital tailandês Better Being, que
pode ajudar no tratamento da mielomeningocele.
“Tem mães com filhos com o mesmo problema que já foram, também
arrecadaram dinheiro por meio de campanhas. Conheço cinco mães que já
foram e a parte motora das crianças melhorou muito e já estão tendo
sensibilidade na parte do intestino. É um transplante de células tronco
pela veia, que tem o poder de regenerar aquilo que está danificado”,
diz. Maria Carolina acredita que o tratamento dará a chance de Lorena
andar, com a ajuda da fisioterapia, e sair das fraldas.
O procedimento com células-tronco não é realizado no Brasil e os
médicos brasileiros e pesquisadores não recomendam o tratamento na
Tailândia. Mesmo assim, a família quer levar Lorena para o país já que
essa é, aparentemente, a única chance da menina ter um futuro melhor.
A família já enviou para o Better Being Hospital todos os exames de
Lorena. Os médicos estrangeiros avaliaram a condição da menina e
aceitaram realizar o procedimento. “Eles querem pegar o caso dela porque
acreditam que vai ter melhora na parte neurológica e intestinal”, diz a
mãe.
A família precisa de R$ 150 mil para viajar com a menina para a
Tailândia. Esse valor será utilizado para pagar as despesas no hospital,
alimentação e hospedagem durante os 25 dias que ficarão no país.
Depois, também há os gastos com fisioterapia e natação. Porém, os pais
não tem esse dinheiro. A mãe de Lorena teve que parar de trabalhar como
operadora de caixa para poder cuidar da menina. Ela tem feito salgados e
bolos para vender para complementar a renda mensal. O pai de Lorena é
vigilante e, assim, consegue sustentar a casa.
Por isso, para arrecadar todo o dinheiro, amigos e familiares de Lorena
criaram a página nas redes sociais chamada 'Campanha Juntos pela Lolo'.
Eles recebem doações em dinheiro e também realizam eventos como rifas,
bingos e pedágios nos semáforos para conseguir a quantia necessária para
a viagem. “Se Deus quiser, a gente vai conseguir. É tudo pela saúde
dela. Não vamos desistir, A gente vê que as outras crianças estão tendo
tanta evolução. Também quero ver minha filha assim. É a minha única
filha”, falou.