A Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na Região Central de Minas
Gerais, desenvolveu uma etiqueta capaz de avaliar a qualidade da carne
de frango. Batizada de “SaferTag”, o adesivo é colocado diretamente no
produto, identificando se ele ainda conserva seu frescor. Em caso
positivo, a “carinha feliz” impressa nele muda de cor. Se o frango
estiver impróprio para o consumo, a “carinha triste” ganha destaque.
“Ele (SaferTag) reage com o próprio meio, sendo capaz de perceber a
perda de qualidade através das características do próprio alimento”,
disse a cientista de alimentos e criadora do adesivo, Marcella Rocha
Franco.
A ideia surgiu em 2014 quando a pesquisadora ainda estava no curso de
Ciência e Tecnologia de Alimentos da Ufop. O produto foi desenvolvido
mais tarde, sendo resultado de uma dissertação de mestrado dentro do
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Materiais (REDEMat), também
promovido pela universidade.
“Um dos desafios do mercado é a manutenção de temperaturas adequadas no
processo de distribuição do alimento. Quando não há este controle, pode
haver proliferação de microrganismos fazendo com que haja perda na
qualidade”, contou Marcella.
De acordo com a Ufop, o SaferTag possui baixo custo e foi desenvolvido
com material atóxico, dentro dos parâmetros da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). O projeto contou com a participação dos
professores Rodrigo Bianchi e Luciana Rodrigues.
O adesivo já está sendo patenteado. O objetivo agora é ampliar seu
alcance para outros produtos, como as carnes de porco e boi.
Marcella também trabalha para que o Safertag chegue ao mercado o mais
rápido possível. A inovação integra o programa de aceleração de startups
Fiemg Lab, desenvolvido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais.
“Estamos buscando parceiros que tenham as mesmas metas que nós que são
promover a segurança alimentar e a saúde do consumidor”, disse.
Por Thais Pimentel, G1 MG, Belo Horizonte