A Polícia Civil realiza uma operação, nesta sexta-feira (17), para
contra um esquema de lavagem de dinheiro e fraude de licitação em
Pernambuco. Três pessoas foram presas. O grupo utilizaria “laranjas”
para fraudar e ganhar licitações em diversos municípios, com desvios que
podem superar R$ 13 milhões.
Segundo a polícia, o foco inicial das investigações são três empresas.
Elas que utilizariam de mecanismos para fraudar e ganhar licitações nas
áreas de gênero alimentício, material de expediente e serviços.
"Eles tinham três empresas, que tinham um sócio oculto. Esse sócio
oculto dirigia não só a empresa que ele era titular, como as outras
duas, com a finalidade de fraudar licitações em diversos municípios do
estado", apontou o delegado Luiz Andrey, titular da Diretoria Integrada
das Especializadas (Diresp).
Foram emitidos e cumpridos três mandados de prisão preventiva e sete
mandados de busca e apreensão domiciliar dentro da operação
"Comunheiro", além do bloqueio judicial de contas bancárias, todos
expedidos pelo juiz de Direito da Primeira Vara Criminal da Comarca de
Carpina, na Zona da Mata de Pernambuco.
Um empresário de 53 anos, que seria o sócio oculto segundo a polícia,
foi preso no Aeroporto Internacional dos Guararapes, na Zona Sul do
Recife. Ele estava embarcando para o Rio de Janeiro, segundo a polícia.
"Ele ia fazer uma viagem corriqueira. Sabíamos que ele ia viajar hoje",
afirmou Andrey.
Os presos e materiais foram encaminhados para a sede do Grupo de
Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro, no Recife. Os
policiais ainda levaram para depor um homem e uma mulher, através de
mandados de condução coercitiva.
Investigações
Uma auditoria do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) detectou
indícios de irregularidades em licitações no município de Carpina, na
Mata Norte. "A partir da análise de dados informados ao Tribunal, são
feitos cruzamentos de informações e, a partir desses cruzamentos, foram
detectados indícios de irregularidades. Neste primeiro momento, já
resultaram em auditorias na Câmara e na Prefeitura de Carpina", detalhou
Valter Martins, assessor da cordenadoria do TCE.
Os técnicos acionaram então a Delegacia de Crimes Contra a
Administração e Serviços Públicos (DECASP), que inicou as investigações,
com o delegado Izaias Novaes à frente e apoio do Núcleo de Inteligência
da DECASP e da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil-(Dintel).
A partir da coleta de dados dessa fase, o TCE e a Polícia Civil podem
ampliar o leque as investigações. "Eles forneciam vários tipos de
serviço. A gente tem essa empresa criada em 2010, 2011. O delegado
Izaias Novaes vai ter dez dias para fechar esse inquérito, mas
posteriormente pode abrir novas investigações", apontou Andrey.
Na execução do trabalho operacional, participaram 60 policiais civis,
entre delegados, agentes, escrivães, além de dois auditores do TCE.