Organizadores estimam que mais de 40 sindicatos e movimentos populares estarão reunidos no Centro de Boa Vista nesta manhã
Mulheres sindicalistas já haviam realizado uma manifestação contra a chamada “PEC da Morte” (Foto: Wenderson de Jesus) |
Centenas de
trabalhadores em todo o país vão realizar uma paralisação contra a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência hoje, 15. Em
Roraima, o ato vai ocorrer das 8h às 12h, na Praça do Centro Cívico, em
Boa Vista. Mais de 40 sindicatos e movimentos populares estarão reunidos
para falar principalmente sobre os prejuízos que a PEC 287 provocará
aos trabalhadores brasileiros.
Além das falas das lideranças, as
entidades vão realizar atividades como aulas públicas, júri simulado,
medição de pressão, palestra de segurança e jogos didáticos para a
população. Segundo a presidente da Seção Sindical dos Docentes da
Universidade Federal de Roraima (Sesduf-UFRR), Vânia Lezan, quem
participar do momento vai ter acesso aos serviços gratuitamente.
Vânia explicou que é difícil mensurar os
principais prejuízos provocados pela PEC, uma vez que todas as
categorias serão atingidas. “Ninguém vai acumular aposentadorias e
pensão. Metade do orçamento familiar será cortada. Mesmo em caso de
morte, todos terão que contribuir 49 anos para atingir 100% da
aposentadoria”, lamentou. Ela salientou que há profissões difíceis para
alcançar a idade requerida, como produtores rurais e policiais.
“Não acreditamos em emendas, queremos
que os deputados votem contra a PEC”, frisou a sindicalista destacando o
trabalho dos auditores fiscais da Receita Federal, que mostram não
existir déficit previdenciário, e sim uma desregularização da receita em
si. Uma vez somada à contribuição das empresas e trabalhadores, não é
constatado o déficit. Contudo, a partir do momento que se retira a
receita para outros fins, é verificado, segundo ela.
Pelo fato de a Frente Sindical e Popular
de Luta Contra a Reforma da Previdência ser composta por 40 sindicatos e
movimentos sociais, e por cada um estar articulando em sua base a
movimentação de pessoas, a entidade não soube informar o quantitativo
esperado para a paralisação. “A reivindicação é para que a PEC deixe de
tramitar. O problema não é só com professor, mas com todos os
servidores. Temos que contribuir de acordo com que a Constituição de 88
diz que tem que ser”, frisou Vânia Lezan. (A.G.G)
Por Folha Web