Ataques prosseguiram nesta terça-feira (27) em Guta Oriental, na região
de Damasco, apesar da “trégua humanitária” de cinco horas anunciada
pela Rússia. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou que
uma pessoa morreu, segundo a France Presse.
Na segunda-feira (26), o presidente russo, Vladimir Putin, tinha
ordenado a "trégua humanitária" na região das 9h às 14h locais (4h às
9h, horário de Brasília). O período defendido pelo principal aliado de
Bashar al Assad, é muito inferior face à resolução da ONU, aprovada no
sábado, que pedia um cessar-fogo imediato de 30 dias.
A Rússia e o governo sírio acusam os rebeldes de não respeitarem o
corredor humanitário, mas os rebeldes negam, de acordo com a Reuters.
Nesta manhã, o porta-voz do Departamento de Ajuda Humanitária da ONU,
Jens Laerke, disse em Genebra, na Suíça, ter sido informado do
prosseguimento dos bombardeios. "Claramente, a situação no local não
permite a entra e saída de feridos", afirmou.
A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 1000 pessoas estão
doentes ou feridas, aguardando para serem retiradas da região, mas, até o
momento, não há previsão para que isso aconteça.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou, segundo a Efe, que
aviões atacaram o povoado de Iftiris, enquanto um helicóptero jogou dois
barris de explosivos contra a cidade de Shifunia, sem que haja
informações de vítimas.
Ofensiva em Guta
O presidente sírio, Bashar al-Assad, que tem apoio da Rússia e do Irã,
vem reconquistando gradualmente áreas onde seus opositores se insurgiram
contra seu governo em 2011. Guta Oriental é o último grande bastião
rebelde próximo de Damasco, a sede da administração de Assad.
A ofensiva do governo na região, que começou no domingo (18), já é
considerada uma das mais violentas da guerra síria, que já dura quase
sete anos.
Após a intensificação dos combates em Guta Oriental, com intensos
ataques aéreos, de artilharia e com mísseis, a região contabilizou a
morte de mais de 520 pessoas, de acordo com um saldo compilado pelo
Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo de monitoramento sediado
no Reino Unido.
Por G1