A chanceler alemã, Angela Merkel, enfrentou críticas de dentro do seu
próprio partido conservador nesta quinta-feira (8) por fazer concessões a
seus parceiros de coalizão de centro-esquerda, o Partido
Social-Democrata (SPD), para fechar uma aliança de governo.
Merkel, que lidera a União Social-Cristã (CDU), cedeu o importante Ministério de Finanças ao SPD em um acordo de coalizão finalmente alcançado na quarta-feira, mais de quatro meses depois de uma eleição nacional na qual os dois blocos perderam apoio.
"Eu acho que a formação do gabinete, como está agora, é um erro
político", disse Christian von Stetten, um parlamentar da CDU que
representa interesses do mercado, à emissora ARD, acrescentando que isso
se aplica particularmente à entrega da pasta financeira.
A mudança no Ministério de Finanças mostra o alto preço que os
conservadores precisaram pagar para renovar a "grande coalizão" com o
SPD que tem governado a Alemanha desde 2013, e garantir o quarto mandato
de Merkel no poder.
O jornal alemão "Bild" disse que Merkel se vendeu. "Chanceler a
qualquer custo", escreveu o Bild em sua primeira página. "Merkel dá o
governo de presente ao SPD".
Sob o acordo de coalizão, o SPD manterá o controle dos ministérios de
Relações Exteriores, Justiça e Trabalho, entre outros, além de ganhar a
pasta das Finanças.
Julia Kloeckner, aliada de Merkel, defendeu o acordo.
"Nós mantivemos nossas principais promessas da campanha eleitoral",
disse à emissora Bayerischer Rundfunk. "Para as famílias, há
significativamente mais apoio. Nós vamos manter as finanças estáveis.
Não haverá nenhuma nova dívida, mas também nenhum aumento de impostos".
Por Reuters