O opositor e ex-presidente das Maldivas Mohamed Nasheed pediu a ajuda
dos Estados Unidos e da Índia para expulsar do poder o presidente
Abdullah Yameen, que decretou estado de emergência por um período de 15 dias.
"O presidente Yameen decretou ilegalmente a lei marcial e se apoderou
do Estado", declarou Mohamed Nasheed, que ocupou a presidência das
Maldivas de novembro de 2008 a fevereiro de 2012.
"Devemos expulsá-lo do poder. O povo das Maldivas faz um pedido
legítimo aos governos do mundo, especialmente da Índia e Estados
Unidos", afirmou o ex-presidente em um comunicado.
Mohamed Nasheed, que é o principal rival político de Yameen, chegou a
ser preso e deixou a cadeia após receber uma licença médica. Nasheed
está exilado no Reino Unido desde 2006.
Abdulla Yameen decretou o estado de emergência em uma manobra para não
acatar a decisão da Suprema Corte que ordenou a reabilitação de 12
deputados opositores e a libertação de líderes da oposição que estavam
presos.
O Supremo do país insular, que fica no Oceano Índico, concluiu que as
condenações dos opositores foram influenciadas politicamente.
Porém, Yameen não acatou a ordem da Suprema Corte, o que gerou
protestos da oposição na capital Male. Houve confronto entre os
manifestantes e policiais.
Soldados ocuparam o parlamento para impedir que os deputados entrassem.
Quando os 12 deputados opositores reabilitados pelo Supremo voltarem ao
parlamento, o Partido Progressista das Maldivas, do presidente Yameen,
perderá sua maioria, o que pode resultar em um corpo legistativo
opositor ao presidente.
Pouco depois de ser declarado estado de emergência, a polícia prendeu o
presidente da Suprema Corte, Abdulla Saeed, o juiz Ali Hameed e o
ex-ditador Maumoon Abdul Gayoom, meio-irmão do atual presidente, de
acordo com a BBC.
Gayoom, que governou com mão de ferro entre os anos de 1978 a 2008, foi
detido, segundo seu advogado, por acusações de dar "propinas a membros
do Parlamento, tentativa de propina e tentativa de derrubar ilegalmente o
governo ".
Já Saeed foi preso no interior do Supremo Tribunal em companhia do juiz
Ali Hameed, mas as acusações contra eles ainda não foram reveladas,
segundo a Efe.
Por France Presse