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Presidente da Nigéria admite que garotas desaparecidas em Dapchi foram sequestradas

Até então, autoridades falavam em 'desaparecimento' ao se referir ao caso. Grupo extremista Boko Haram atacou escola há uma semana.
Mães de garotas desaparecidas em Dapchi, na Nigéria, na última sexta-feira (23) (Foto: Afolabi Sotunde/Reuters)


Boko Haram volta a sequestrar meninas na Nigéria
Boko Haram volta a sequestrar meninas na Nigéria
Uma semana após o desaparecimento de mais de 100 alunas de uma escola no nordeste na Nigéria após um ataque do grupo extremista Boko Haram, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari admitiu nesta segunda-feira (26) que elas foram sequestradas.
"O governo está ao lado das estudantes de Dapchi que foram sequestradas", declarou Buhari durante a visita à presidências de uma delegações de ex-reféns do Boko Haram libertados no ínicio do mês.
Foto divulgada nesta sexta-feira (23) mostra escola em Dapchi, onde estudantes desapareceram após ataque do Boko Haram (Foto: Afolabi Sotunde/Reuters)

É a primeira vez que este termo é utilizado de maneira oficial. Até então, as autoridades se referiam a "desaparecimento" - e não "sequestro" -, e os pais não tinham claro se elas tinham sido raptadas ou se tinham fugido para a selva.
"Ordenei todas as agências de segurança do país de garantir a segurança em nossas escolas e de trazer nossas filhas sequestradas de volta às suas famílias", ressaltou o chefe de Estado.
O ataque aconteceu há uma semana. De acordo com moradores ouvidos pela AFP, em 19 de fevereiro, milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram a cidade de Dapchi. Eles atiraram para o alto e detonaram granadas.
Foto divulgada nesta sexta-feira (23) mostra quarto de internato em Dapchi onde centenas de estudantes desapareceram após um ataque do grupo Boko Haram (Foto: Afolabi Sotunde/Reuters)

Muitas estudantes e professoras fugiram pelo medo de sequestro, mas 110 outras não tiveram a mesma sorte. Na última sexta, os pais das meninas afirmaram que 105 continuavam sumidas.

Sequestro em Chibok

A admissão acontece por ocasião do quarto ano de outro sequestro em massa das alunas, 276 no total, em Chibok, em abril de 2014.
Há quatro anos, 276 estudantes foram sequestradas em Chibok, no estado de Borno (nordeste), reduto do grupo extremista Boko Haram que conduz desde 2009 uma insurreição que já fez mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados.
Na noite de 14 de abril de 2014, homens armados invadiram o internato de meninas de Chibok, forçando as estudantes, de 12 a 17 anos, a entrar em caminhões.
Dezenas de meninas foram libertadas desde então, mas outras permanecem nas mãos do Boko Haram. No início de janeiro, várias delas apareceram em um vídeo transmitido pelo grupo, dizendo que não iriam voltar e não queriam deixar o "califado".
É impossível contar com precisão as meninas ainda detidas pelo grupo extremista, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", porque algumas podem ter sido assassinadas ou morreram em cativeiro.
Reprodução de vídeo mostra militante do Boko Haram com meninas que foram sequestradas em escola de Chibok (Foto: AFP)






Por France Presse  
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