Grupo diz ter apanhado no São Bernardo Plaza Shopping no sábado (19).
Centro comercial nega crime e diz que seguranças são capacitados.
Jovem mostra orelha machucada após agressão em shopping (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal) |
Quatro adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, acusam cinco
seguranças do São Bernardo Plaza Shopping de agredi-los e de usar uma
arma de choque contra eles. Segundo a Polícia Civil, o crime aconteceu
no centro de compras que fica em São Bernardo do Campo, no ABC, no sábado (19).
Em nota, o shopping nega a ocorrência e afirma que "sua equipe é altamente capacitada para garantir a segurança e bem-estar dos frequentadores do centro de compras”.
Os adolescentes contaram que foram ao São Bernardo Plaza após um evento na escola onde estudam. Eles disseram ao G1 nesta terça-feira (22) que se divertiam e abordavam outras jovens para pedir o número de seus telefones. “Era ‘paquerão’, nada de mais”, afirmou um dos garotos de 14 anos.
Segundo o padrasto de um deles, que não quis ter o nome divulgado,
seguranças do centro comercial pediram para os meninos saírem de lá.
“Abordaram os meninos e alegaram que eles estavam em muitos. Pediram
para circular, mas eles não faziam nada de errado.”
Após breve discussão, os jovens se afastaram, mas foram seguidos por seguranças. Apesar da tensão com os vigias, o quarteto continuou a flertar outras meninas. Quando pediram o telefone de algumas adolescentes perto de um banheiro, cinco seguranças os abordaram novamente. “Começaram a empurrar, dizendo que a gente estava causando. Um deles me pegou pelo pescoço e empurrou a gente até uma escada de emergência.”
Segundo o menor, que afirma estar assustado com o que aconteceu e, por isso, quer manter o anonimato, os homens os espancaram com tapas no rosto, socos e pontapés, longe dos olhos dos clientes do shopping.
Um adolescente de 16 anos tentou fugir pela escadaria, mas errou o caminhou acabou em uma sala sem saída. “Eles bateram muito e usaram arma de choque. Além de bater, torturaram psicologicamente, ameaçando”, disse a mãe do jovem, que também quer manter o anonimato.
Tortura
Os jovens contam que foram levados à força até a saída de emergência. Já na rua, correram por alguns quarteirões. “Foi uma tortura”, desabafou um deles. Mais calmos, decidiram ligar para suas mães. Depois de procurar, sem sucesso, os vigias responsáveis pelas agressões, os jovens e suas mães foram até o 1º Distrito Policial de São Bernardo, onde foi registrado boletim de ocorrência por lesão corporal. Os adolescentes também passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O parente de uma das vítimas denunciou as agressões à Comissão da Infância e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Bernardo do Campo. Membro deste órgão, o advogado Ariel de Castro Alves disse que analisou o caso e que contesta o registro da Polícia Civil. “A instauração do inquérito policial tem de ser por prática de tortura e não de lesões corporais como está no BO.”
O advogado se baseia na lei número 9.455, de 7 de abril de 1997, que define tortura como o ato de “submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
Em nota, o shopping nega a ocorrência e afirma que "sua equipe é altamente capacitada para garantir a segurança e bem-estar dos frequentadores do centro de compras”.
Os adolescentes contaram que foram ao São Bernardo Plaza após um evento na escola onde estudam. Eles disseram ao G1 nesta terça-feira (22) que se divertiam e abordavam outras jovens para pedir o número de seus telefones. “Era ‘paquerão’, nada de mais”, afirmou um dos garotos de 14 anos.
Após breve discussão, os jovens se afastaram, mas foram seguidos por seguranças. Apesar da tensão com os vigias, o quarteto continuou a flertar outras meninas. Quando pediram o telefone de algumas adolescentes perto de um banheiro, cinco seguranças os abordaram novamente. “Começaram a empurrar, dizendo que a gente estava causando. Um deles me pegou pelo pescoço e empurrou a gente até uma escada de emergência.”
Segundo o menor, que afirma estar assustado com o que aconteceu e, por isso, quer manter o anonimato, os homens os espancaram com tapas no rosto, socos e pontapés, longe dos olhos dos clientes do shopping.
Um adolescente de 16 anos tentou fugir pela escadaria, mas errou o caminhou acabou em uma sala sem saída. “Eles bateram muito e usaram arma de choque. Além de bater, torturaram psicologicamente, ameaçando”, disse a mãe do jovem, que também quer manter o anonimato.
Tortura
Os jovens contam que foram levados à força até a saída de emergência. Já na rua, correram por alguns quarteirões. “Foi uma tortura”, desabafou um deles. Mais calmos, decidiram ligar para suas mães. Depois de procurar, sem sucesso, os vigias responsáveis pelas agressões, os jovens e suas mães foram até o 1º Distrito Policial de São Bernardo, onde foi registrado boletim de ocorrência por lesão corporal. Os adolescentes também passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O parente de uma das vítimas denunciou as agressões à Comissão da Infância e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Bernardo do Campo. Membro deste órgão, o advogado Ariel de Castro Alves disse que analisou o caso e que contesta o registro da Polícia Civil. “A instauração do inquérito policial tem de ser por prática de tortura e não de lesões corporais como está no BO.”
O advogado se baseia na lei número 9.455, de 7 de abril de 1997, que define tortura como o ato de “submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.