Galpão foi tomado pela fumaça (Foto: Prefeitura São Francisco do Sul/Divulgação) |
Incidente em São Francisco do Sul completa um mês nesta quarta (24).
IGP, Polícia Federal, Polícia Civil, Fatma e Ibama investigam o caso.
A PF de Joinville, que abriu inquérito em 30 de setembro para apurar o incêndio químico, informou que aguarda o laudo do IGP para dar andamento às investigações. A equipe do setor técnico-administrativo (Setec) da polícia analisa os possíveis danos ambientais e diz que não há prazo de conclusão do caso. No produto, havia nitrato de amônio, substância considerada tóxica. Água e ar foram coletados para análise.
Órgãos ambientais como a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) também calculam os danos. Caso o inquérito indique a ocorrência de prejuízos ambientais, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) deve ajuizar ação civil pública para e responsabilizar os principais envolvidos no incêndio químico.
Famílias atingidas
Moradores precisaram sair de casa no Norte
(Foto: Kleber Silva/VC no G1)
A maior parte dos 47,5 mil habitantes deixou São Francisco do
Sul devido ao incêndio. Ao todo, 13 bairros foram atingidos. A família
da dona de casa Eleonora Viscoski, que mora a menos de um quilômetro do
armazém, teve que sair na noite do incidente. "Meu marido pegou a chave
do carro e saímos rápido, sem levar nada de casa", contou. Ela disse que
sofreu problemas na garganta, mas não procurou o hospital porque
considerou grave.(Foto: Kleber Silva/VC no G1)
Mapa Incêncio São Francisco do Sul
(Foto: Editoria de Arte/G1)
Moradores dos bairros Paulas e Ubatuba, no entorno do galpão, buscam
compensar na Justiça o transtorno provocado pela fumaça tóxica. Segundo o
presidente da Associação de Moradores do Portinho, Geovane Gonçalves,
moradores entraram com ações coletivas por danos materias e morais
contra os proprietários do depósito e do produto químico.(Foto: Editoria de Arte/G1)
Pelo menos 157 pessoas foram hospitalizadas após inalarem a fumaça. O bombeiro voluntário David Marcelino, de 59 anos, que trabalhou no combate ao incêndio, está internado a quase um mês. Na última segunda (21), ele recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Regional de Joinville.
Instrução normativa
Na empresa onde ocorreu o incidente, o trabalho é realizado normalmente, apenas o galpão, de onde saía a fumaça, continua interditado. O gerente de Desenvolvimento Ambiental da Fatma, José Paulo Cabral Vicente, afirmou que a companhia será notificada com um auto de infração, mas as demais penalidade deverão ser feitas depois da conclusão do laudo.
A preocupação agora é evitar novos acidentes. A Fatma estuda a criação de uma instrução normativa para estipular critérios específicos para a emissão de licenças ambientais para os depósitos de fertilizantes em todo o estado. Além disso, um acordo com a Direção do Porto local vai permitir que a Prefeitura de São Francisco do Sul tenha acesso às informações sobre as cargas que entram na cidade.
"Vamos ter acesso ao tipo de carga, quando ela vai chegar, para onde ela vai e se é um produto perigoso, por exemplo", explicou o secretário Municipal de Meio Ambiente, Eni Voltolini. Após o incidente, 32 galpões que funcionam na cidade foram vistoriados, mas nenhum precisou ser embargado.
Do G1 SC