Petroleiros protestam contra leilão em prédio da Paulista (Foto: Megui Donadoni/ G1) |
Sindicalistas ocuparam saguão do prédio da Petrobras.
Manifestantes impediam funcionários de trabalhar nesta sexta-feira.
Para Maria Isméria Nogueira dos Santos, aposentada da Petrobras e participante do Sindipetro, além de barrar a privatização, o ato tem outras duas vertentes. “Temos aqui um acordo coletivo de trabalho...e eu apoio isso. Se somos uma categoria, temos que agir como categoria. Além disso, o que estamos fazendo aqui também é uma discussão sobre a terceirização do trabalho, que precisa acabar”.
A paralisação conta com integrantes dos petroleiros, da CUT e da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil). José Batista Gomes, secretário de polícias sociais da CUT, disse que chegou ao prédio às 6h e que todos precisam se manifestar contra a privatização. “A privatização é um equívoco total. Temos que criar alternativas para barrar ela. E hoje estamos fazendo isso, mostrando nossos objetivos”.
Vários funcionários e terceirizados da Petrobras que estavam no saguão do prédio disseram que não sabiam da paralisação, mas que apoiam a ação. “O movimento é unido, então a gente tem que apoiar. Não sabia da greve, descobri quando cheguei aqui por volta das 8h. Acho que todo mundo tem o mesmo pensamento que o meu, é preciso apoiar”, relatou Carina Ramos, funcionária da empresa.
Leilão
Nove petrolíferas estão inscritas para disputar a licitação da jazida de Libra. A Agência Nacional de Petróleo (ANP, regulador), porém, prevê que receberá ofertas de entre dois ou três consórcios em que se agruparão tais empresas. O leilão de privatização está previsto para a segunda-feira (21).
Entre as empresas pré-inscritas figuram sete das 11 com maior valor de mercado no mundo: a China National Corporation (CNPC), a anglo-holandesa Shell, a colombiana Ecopetrol, a Petrobras, a francesa Total, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e o consórcio hispânico-chinês Repsol-Sinopec.
O leilão será o primeiro que o Brasil realizará com as regras do chamado regime de divisão da produção, que substituiu o de concessão e que garante ao Estado a maior parte dos ingressos pelo exploração do petróleo.