Foto: Antônio Diniz
Espaço será utilizado para socialização das vítimas e para realização de eventos
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O Tribunal de Justiça de Roraima inaugurou na manhã de ontem um ambiente diferenciado no Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O local será destinado para divulgar informações sobre a Lei Maria da Penha e os direitos da mulher. O local será destinado para realização de eventos de interesse das vítimas de violência atendidas pelo Juizado. Estiveram presentes na inauguração a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, a juíza Maria Aparecida Cury, servidores, autoridades convidadas e pessoas atendidas no Juizado.
Em alusão ao movimento internacional Outubro Rosa, foi realizado um bate-papo com a médica mastologista Magnólia Rocha, que apresentou formas de prevenção, diagnóstico e tratamento à doença. Conforme a juíza Maria Aparecida Cury, o intuito do Juizado com este novo ambiente é criar um ponto de encontro entre mulheres que passam pelos mesmos problemas.
“Violência doméstica tem várias facetas. A gente quer que a mulher sinta que tem o poder de mudar sua vida e fazer um novo começo. Neste espaço, enquanto aguardam para serem atendidas, elas podem conversar e trocar experiências”, explicou a juíza Aparecida Cury.
VIOLÊNCIA - Apesar do rigor da Lei Maria da Penha, em Boa Vista o número de processos que tramitam no Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher aumentou em 1.701 de dezembro de 2012 até agosto deste ano. Atualmente estão em tramitação mais de 8 mil processos. O Juizado realiza também mensalmente 40 atendimentos pedagógicos, são casos em que envolvem crianças.
Para a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, as vítimas de agressões domésticas muitas vezes não denunciam o agressor por medo ou até vergonha, por isso é importante que as vítimas se sintam acolhidas e protegidas quando chegam ao Juizado.
“Nós temos que nos despir do preconceito contra a mulher que vai e volta com o companheiro, entender que ela faz isso porque tem uma ligação com esse homem. Nós, como autoridades, temos que dar apoio e segurança à vítima. Vamos fazer com que as pessoas saiam daqui melhor do que chegaram”, disse.
Entre as formas de violência praticadas contra as mulheres destaca-se a violência física, quando a ação ou omissão coloca em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa. Há a violência moral, que ocorre quando a mulher sofre calúnia ou difamação. Outra violência muito comum é a patrimonial, que implica em dano, perda destruição de documentos pessoais, bens e valores. Ainda há a violência psicológica caracterizada pela intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta que implica no prejuízo à saúde.
CHAME - Em Boa Vista o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame) atua há quatro anos no combate a todo tipo de violência doméstica. O trabalho é feito por psicólogos, médicos e advogados, atendendo a denúncias e casos de agressões físicas, psicológicas, sociais, entre outros.
Para denunciar ou buscar informações e solicitar auxílio, qualquer pessoa pode entrar em contato com o Chame através do telefone 3623-2103 ou ir à sede, na Rua Coronel Pinto, nº 524, Centro. Ou até mesmo denunciar no 190 da Polícia Militar. (S.M)
SUEDA MARINHO