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Motoristas de táxis e vans cobram mais fiscalização



 

As vans e táxis para o interior saem de pontos como o Terminal João Firmino Neto


Motoristas do transporte coletivo intermunicipal que trabalham no Terminal João Firmino Neto, entre os bairros Caimbé e Buritis, zona Oeste, cobram da Prefeitura de Boa Vista mais fiscalização sobre os carros particulares que executam esses serviços irregularmente. A situação acontece, segundo relatos, nos três principais pontos de saída da capital Boa Vista.

Conforme apurou a reportagem da Folha, várias pessoas estariam cobrando para transportar passageiros em carros particulares a outros municípios. Esses condutores clandestinos permanecem tanto nas saídas para o município de Pacaraima, pela BR-174 norte, quanto pelo trecho Sul, sentido Manaus, além de Alto Alegre, a Noroeste pela RR-205 e Bonfim, a 125 km de Capital pela BR-401.

Um motorista que atua regularmente no terminal disse que já anotou a placa de pelo menos três automóveis particulares que estariam realizando esse tipo de transporte. “As pessoas precisam ficar atentas, pois esses veículos que vão principalmente para Pacaraima, são utilizados na maioria das vezes para contrabandear gasolina. Isso é muito perigoso”.

“Antigamente havia muita fiscalização, mas hoje em dia sem os fiscais nas ruas estamos sofrendo com a concorrência desleal, pois os motoristas não estão capacitados, aptos e nem regularizados para tal serviço. As pessoas estão colocando as suas próprias vidas em risco, deixando de utilizar o terminal, pois não sabem a procedência nem do condutor, tampouco do veículo”, observou.

O motorista afirmou ainda que vai procurar a presidência da cooperativa para que faça algo com relação aos carros. “Se ninguém fizer nada, vamos levar a denúncia direto aos órgãos responsáveis pela fiscalização. Isso precisa acabar. Pagamos tributos, trabalhamos com responsabilidade e coleguismo com o próximo. Queremos apenas que todos atuem na legalidade”.

De acordo com outro condutor que também pediu sigilo, os carros regulares são fáceis de ser identificados. “Todos os táxis são enfaixados, vistoriados pelo Detran, identificados com placas vermelhas e a documentação está sempre em dia, o que gera a segurança necessária para o passageiro. As pessoas economizam cinco reais, mas colocam em risco as suas vidas. Não vale a pena”.

VALORES: O transporte intermunicipal alternativo é feito para todos os municípios de Roraima, com exceção de Normandia, que fica a 185 quilômetros da capital Boa Vista. O preço varia de R$ 25 a R$ 30 por pessoa, dependendo da região. Ribamar Trovão, motorista, informou que por dia chega a fazer duas viagens, ida e volta, para algumas localidades do Estado.

“A procura é grande. Sempre aparece gente querendo voltar para os municípios de origem. Trabalhamos ainda buscando o passageiro em casa quando ele não tem condições de se deslocar até o Terminal”, explicou, destacando que o preço aumenta quando é solicitado esse serviço.

INTERMUNICIPAL: O transporte foi organizado em julho de 2009, com a implantação do terminal de embarque e desembarque no Terminal João Firmino Neto, que funciona no bairro Buritis. Em acordo com o Município, as cooperativas que exploram o serviço se comprometeram em fazer o embarque e desembarque exclusivo de passageiros na plataforma inferior do Terminal.

OUTRO LADO: A reportagem encaminhou e-mail para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista para saber sobre a fiscalização desses condutores, mas até o fechamento da matéria não houve retorno



CAÍQUE SILVA
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