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| A Secretaria de Saúde informou que a direção da maternidade vai apurar o caso e punir os responsáveis |
Mães de bebês internados no berçário do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) denunciam que os bebês estão ficando sem alimentação por que funcionários do Banco Humano de Leite (BHL) e do berçário da unidade não se entendem quanto ao transporte da alimentação das crianças.
C. F., de 17 anos, está com a filha internada há um mês e na quinta e sexta-feira os servidores da maternidade se recusam a alimentar os bebês do berçário. “Essa briga está afetando nossos filhos. Desde ontem que eles não comem direito e precisam se alimentar de três em três horas”, falou indignada.
Ela e outras mães procuraram a direção do hospital para esclarecimentos, porém foram informadas de que havia um relatório no Banco de Leite que orienta a responsabilidade da alimentação. “Anteontem [quinta-feira], ao meio-dia, o leite estragou porque os enfermeiros não foram buscar e vários bebês ficaram com fome”, relatou.
Outra mãe revoltada com a situação é Lenilce Silva Castro. Seus gêmeos estão internados há mais de 60 dias no berçário. Como os demais, precisam se alimentar do leite doado à maternidade, pois nasceram de forma prematura. Conforme ela, os bebês choram com fome e não há ninguém que possa levar a alimentação ao berçário. “Soubemos que a diretora do Banco de Leite não permite que os técnicos de lá levem o leite até o berçário”, comentou.
Relata ainda que procurou a ouvidoria do hospital, mas devido ao feriado, o setor encontrava-se fechado. “Não tem condições, a cada dia as coisas pioram nessa maternidade, nossas crianças estão passando fome e isso não pode acontecer”, criticou. Somente à meia-noite de quinta-feira e 6h da manhã da sexta-feira o leite foi levado às crianças, “e nem todas receberam. Há bebês no mesmo corredor que não comeram”, concluiu.
Em 2011, a maternidade recebeu o selo “Hospital Amigo da Criança” e em outubro deste ano, o Banco Humano de Leite da maternidade recebeu, pela 2ª vez, o prêmio de certificação da rede Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano. Essa premiação consiste no reconhecimento das ações feitas pela unidade em incentivar o aleitamento materno. “Nesse caso o hospital não é amigo”, comparou outra mãe, que prefere não se identificar.
“Achei o cúmulo essa situação, nossos filhos ficaram mais de seis horas sem comer porque o leite estragou no balcão”, comentou. Contou ainda que diante desse fato, as mães tiveram que buscar o leite para alimentar as crianças. “Há muitos bebês em que a mãe não está no momento, pois confiam nos cuidados dos enfermeiros. Nessa situação os bebês passam o tempo todo chorando com fome”, concluiu.
OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) informou que, em relação à denúncia de desentendimento entre servidores do Berçário e Banco de Leite da Maternidade, a direção do hospital informa que a partir do momento que foi comunicado o fato logo resolveu o problema e a distribuição do leite está normalizada. “A direção ressalta que vai investigar o que ocorreu e responsabilizará os culpados”, diz a nota.
YASMIN GUEDES
