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'A economia a gente resolve amanhã; evitar o golpe, é hoje', diz Lula em SP

Ex-presidente pediu seis meses de paciência ao Congresso Nacional.
E afirmou: 'Não preciso ser ministro para ajudar este país'.

Ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva participa de plenária nacional de sindicalistas em defesa da democracia, do Estado de Direito e contra o golpe. (Foto: Glauco Araújo/G1)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (23) que não vai aceitar golpe político na presidente Dilma Rousseff (PT). O petista participou de um evento promovido pelas centrais sindicais na Casa de Portugal, no Centro de São Paulo. "A economia a gente resolve amanhã ou depois de amanhã. Mas evitar o golpe é hoje."
Lula pediu a deputados e senadores do Congresso Nacional seis meses de "paciência". "Deem para a gente seis meses de paciência que vamos provar que esse país vai voltar a ser o país da alegria. A discutir uma política econômica que traga esperança.", afirmou Lula. "Vou ajudar a Dilma a governar com a decência que o povo brasileiro merece."
O ex-presidente também brincou com sua posse no Ministério da Casa Civil. "Não sei quando eu vou tomar posse, porque eu ia tomar whisky com a Marisa depois da Paulista, em casa, mas quando eu cheguei em casa, eu já não era mais ministro. O ministro Gilmar [Mendes, do Supremo Tribunal Federal] cassou o meu ministério e viajou para Portugal?", afirmou. "Mas eu queria dizer uma coisa pra vocês: eu não preciso ser ministro para ajudar este país."
Lula voltou a criticar os grupos de oposição ao governo. “Eles têm de aprender que ganhamos a eleição com o voto democrático do povo brasileiro. Se eles querem ir à presidência, eles têm de esperar até 2018. Eles que esperem, se preparem, não tentem dar golpe na Dilma. Porque nós não vamos aceitar golpe neste país", disse. Lula negou haver motivo para a saída de Dilma. “Não existe razão legal para o impeachment da Dilma”, afirmou. "O que estão querendo fazer agora com a Dilma é golpe. Não tem outra palavra: é golpe. Este país não pode aceitar o golpe à Dilma."
Ele criticou a divisão entre os pró-governo e os contra-governo. "Democracia é assim. Quando a gente ganha, a gente faz festa. Quando a gente perde, a gente espera o próximo ano para fazer festa. O problema deste momento neste país é o ódio. Nós estamos destilando o ódio. As pessoas pensam que quem usa camisa verde e amarela é mais brasileiro", afirmou.
Economia
O ex-presidente criticou os rumos da economia. “Dilma tem consciência de que não dá para continuar com a política econômica”, disse. “Toda vez que a gente fala em corte, a gente está falando em diminuir a capacidade de investimento do Estado. Quando a gente diminui a capacidade de investimento de Estado, a gente tem de ter, em contrapartida, empresários com poder de investimento", afirmou.
"Se a união não tem, os estados não têm, e se os municípios não têm, se os bancos não emprestam dinheiro e se os empresários não querem investir, é o pior que pode acontecer no país. E é o que está acontecendo agora.” E acrescentou: "Não podemos continuar com a política econômica que permita a redução do emprego".
Lula disse não ter medo de investigação e criticou a operação Lava Jato. Ele disse que o juiz Sérgio Moro não precisava ter mandado a Polícia Federal buscá-lo para depor coercitivamente. "Não tenho medo de combate à corrupção. O que não queremos é que eles façam pirotecnia com pessoas que são condenadas pela manchete dos jornais antes das investigações."
Ele também fez críticas aos meios de comunicação na cobertura da divulgação dos áudios de conversas com Dilma e outros integrantes do governo. "Os meios de comunicação que me adoram, eu conversava com eles. Eu conversava. Eu tratava. Eu tratava com muito respeito, que eles não têm comigo, a Rede Globo, eu tratava com muito respeito a Record, o SBT. Nunca faltei com respeito com eles. Estou enojado com o comportamento de determinados setores da comunicação que transformam em divulgação pública falas pessoais minhas. Mas não tem problema, eu não farei com eles esse jogo rasteiro. O tempo vai se encarregar de mostrar quem está certo."
Getúlio e golpe
Durante 17 minutos, Lula citou momentos de crise na história do país, desde 1954, com a morte de Getúlio Vargas, até a redemocratização, na década de 80, passando pelo golpe militar, de 1964.  Em seguida, criticou a elite. "Não é fácil os conservadores desse país aceitarem pessoas que não são da elite", disse. “Não precisa ser um operário nem uma mulher, basta não ser do meio deles e eles já têm muita dificuldade em aceitar.”
Ele disse que, quando eleito, Juscelino Kubitscheck foi acusado pela elite. “Naquela época já diziam que Juscelino tinha feito Brasília para roubar”, afirmou. “Só fomos saber que o Juscelino não estava rico quando ele morreu.” Ele também comparou as acusações de que ele é dono de um triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, a situação semelhante vivida pelo outro presidente. “Acusavam o Juscelino de ter um apartamento na Vieira Souto que não era dele.”
Este é o segundo evento público em que Lula participa em menos de uma semana. Na sexta-feira (18), o ex-presidente discursou na Avenida Paulista em ato em apoio ao governo federal.


Glauco Araújo e Roney DomingosDo G1 São Paulo
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