Explosões atingiram o aeroporto de Zaventem e estação de metrô.
Ao menos 34 morreram e mais de 200 ficaram feridos, segundo a imprensa.
O jogador de basquete Sebastien Bellin (no chão) está entre os feridos em uma das explosões no aeroporto de Bruxelas (Foto: Ketevan Kardava/ Georgian Public Broadcaster/AP) |
FOTOS: ATAQUES EM BRUXELAS
O número de vítimas ainda não é oficial. A imprensa fala em 34 mortos e mais de 200 feridos. As explosões levaram o país a entrar em alerta máximo para atentados terroristas.
Algumas horas depois dos ataques, o Estado Islâmico publicou um comunicado na web reivindicando os atentados. "Uma célula secreta de soldados do califado (...) realizou um ataque contra o estado cruzado da Bélgica, que está lutando contra o Islã e seu povo", afirmou, acrescentando que os agressores usavam coletes, artefatos explosivos e metralhadoras e que países que combatem os extremistas têm 'dias escuros' pela frente.
A TV belga divulgou uma foto que seria dos suspeitos do atentado no aeroporto. Logo depois a polícia fez um alerta de que um dos três estaria foragido e pediu informações sobre ele. Durante todo o dia, foram feitas batidas policiais na capital belga.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, condenou o que classificou de "atentados cegos, violentos e covardes" que atingiram a capital belga. "Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", lamentou.
Em um pronunciamento à nação, o rei Philippe da Bélgica disse que ele e a rainha Mathilde compartilham a dor de todos aqueles que sofreram por causa dos ataques “covardes e cheios de ódio”. “Diante da ameaça, continuaremos a responder juntos com firmeza, calma e dignidade”, disse.
Explosões
Duas explosões ocorreram no aeroporto e uma no metrô. Pelo menos uma delas foi provocada por um homem-bomba, segundo procuradoria local. Uma testemunha que trabalha no setor de bagagens do aeroporto disse ter ouvido um homem gritar em árabe pouco antes da explosão.
O prefeito de Zaventem, onde fica o aeroporto de Bruxelas, diz à agência France Presse que os agressores levaram bombas dentro de malas. "Chegaram em táxi com malas, suas bombas estavam dentro das malas. As colocaram em carrinhos. As duas primeiras bombas explodiram. O terceiro (suspeito) também colocou sua mala em um carrinho, mas teve pânico, não explodiu", diz Francis Vermeiren.
Inicialmente, a imprensa divulgou que as explosões ocorreram na área de embarque, e houve ainda um relato de que foram perto de um balcão da companhia American Airlines – o que a empresa nega.
A polícia do país diz ter encontrado um rifle Kalashnikov ao lado dos corpos no aeroporto de Bruxelas, segundo a emissora pública belga VRT. O canal privado VTM disse que um cinto com explosivos foi localizado e detonado pela polícia.
Brasileiros que moram na cidade relataram ao G1 momentos de tensão e medo. A jornalista Samla da Rosa, de 53 anos, que mora em Bruxelas há 20, estava no trem que sofreu o atentado.
"Tudo se passou muito rápido. O barulho foi surdo e a janela do metrô caiu sobre a minha cabeça. As luzes foram cortadas imediatamente. Olhei para o lado, vi fumaça, fogo do lado de fora, alguns trilhos destruídos e algumas pessoas correndo na plataforma do outro lado", relatou por e-mail.
A fisioterapeuta Neuseli Lamari, que foi a Bruxelas para participar de um congresso, escapou por pouco do atantado. "Foi por um minuto que perdi o trem que explodiu. Apesar do alívio enorme por ter perdido o trem anterior, não deixa de ser assustador estar em meio a toda essa confusão. Era uma fumaceira e uma correria só", disse.
Entre os feridos na explosão no aeroporto está o ex-jogador de basquete belga-brasileiro Sebastien Bellin. Ele foi colocado sob cuidados intensivos e, até o momento, não há informações sobre seu estado de saúde. Bellin defendeu a seleção belga e foi pivô dos clubes Anvers e Mons-Hainaut.
Não há ainda informação sobre brasileiros entre os mortos nos atentados em Bruxelas.
A terceira explosão atingiu a movimentada estação Maelbeek, que fica perto de um bairro onde parte das representações da União Europeia está sediada, segundo a CNN.
Um diplomata esloveno ficou ferido nos ataques. A imprensa local afirma que ele estava se deslocando para o trabalho de metrô no momento das explosões, segundo a Reuters. Segundo a CNN, dezenas de pessoas foram retiradas de macas do aeroporto. As fotos do local mostram destroços e vidros quebrados.
Explosões
no aeroporto de Bruxelas deixaram mais de 10 mortos e dezenas de
feridos (Foto: Ketevan Kardava/ Georgian Public Broadcaster/AP)
Imagens divulgadas pela BBC mostram fumaça e correria das pessoas para deixar o aeroporto.Uma testemunha que estava na área de embarque contou em entrevista a TV5 que logo após a primeira explosão houve um “momento de perplexidade”. Poucos instantes depois, veio a segunda explosão e “ninguém mais teve dúvida do ataque”, dando início à correria.
Segurança
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, afirmou que, nesse momento, a prioridade é estabilizar a situação: reforçar a segurança em alguns pontos onde temiam alguma ameaça e dar socorro às vítimas.
O primeiro-ministro pediu calma e solidariedade para os compatriotas. “Nós estamos face a uma dificuldade, um desafio. Vamos enfrentar unidos e solidários”, declarou.
Ele disse que existe informações sobre mortos, mas não citou números. “Há muitos feridos, alguns, graves. É um momento negro para o nosso país”, afirmou.
Fumaça
no terminal de embarque do Aeroporto Internacional de Zaventem, em
Bruxelas, após explosões (Foto: Daniela Schwarzer / via AP Photo)
As autoridades recomendam às pessoas evitar deslocamentos. O sinal de
celular está prejudicado. Por isso, as autoridades orientam a enviar
mensagens ou fazer contatos por redes sociais. As ligações telefônicas
devem ser deixadas apenas para emergências.Foram esvaziadas todas as estações de metrô e suspendido o deslocamento de trens em Bruxelas.
O aeroporto foi esvaziado e fechado para pousos e decolagens, e o tráfego aéreo está interrompido e desviado para outras regiões. A polícia bloqueou todas as vias de acesso ao complexo. O serviço de ônibus também foi interrompido.
Veículos de serviços de emergência no aeroporto de Zaventem (Foto: Francois Lenoir / Reuters)
Luta contra o terrorismoAs explosões ocorreram quatro dias após a prisão, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, principal suspeito pelos ataques de Paris em novembro.
Desde o início da semana passada, a polícia belga faz buscas por suspeitos de terem participado dos atentados de Paris que deixaram 130 mortos e mais de 200 feridos. Um suspeito foi morto após a invasão de um apartamento.
Na segunda-feira (21), a polícia divulgou a identidade de mais um suspeito de envolvimento com os ataques. Conhecido sob a falsa identidade de Soufiane Kayal, ele foi identificado como Najim Laachraoui, um homem de 24 anos.
Repercussão
Em pronunciamento à nação, o rei Philippe da Bélgica disse que ele e a rainha Mathilde compartilham a dor de todos aqueles que sofreram por causa dos ataques “covardes e cheios de ódio” desta terça. “Diante da ameaça, continuaremos a responder juntos com firmeza, calma e dignidade”, disse.
As explosões na Bélgica levaram a Alemanha a refoçar a segurança no Aeroporto de Frankfurt. O ministro do Interior alemão afirmou que não há indicações de que os autores dos atentado tenham alguma relação com a Alemanha, segundo a Reuters.
França
O presidente da França, François Holland, afirmou que os ataques à Bélgica "atingem toda a Europa". O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, direcionou 1,6 mil policiais a mais para manter a segurança das fronteiras e no sistema de transportes do país.
A França também reforçou segurança no Aeroporto Charles de Gaulle, na região de Paris. As autoridades esvaziaram a estação de trens e metrô Gare du Nord, em Paris, após um pacote suspeito ter sido encontrado no local.
Os trens de alta velocidade que ligam Paris a Bruxelas, Colônia (Alemanha) e Amsterdam (Holanda) foram paralisados completamente, informou a Thalys, companhia que opera o serviço, em seu site oficial.
A torre Eiffel vai ser iluminada com as cores da bandeira da Bélgica nesta noite, em homenagem às vítimas, disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, via Twitter.
Inglaterra
A polícia britânica reforçou sua presença em estações, aeroportos e outros locais públicos, de acordo com a France Presse. A Eurostar concelou trens para Bruxelas, como informou a Reuters.
O chefe de antiterrorismo da polícia britânica, Mark Rowley, esclareceu que a medida não tem nada a ver com alguma ameaça secreta contra o Reino Unido.
O Papa Francisco condenou a violência cega dos atentados em Bruxelas e afirmou estar orando pelas vítimas.
Do G1, em São Paulo