A ex-primeira dama do Rio Adriana Ancelmo deve deixar a cadeia ainda
nesta quarta-feira (29). A mulher do ex-governador Sérgio Cabral está
presa desde o dia 17 de dezembro na ala feminina de Bangu 8, no Complexo
Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, onde responde por
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Adriana Ancelmo ganhou o benefício de cumprir prisão domiciliar no
apartamento do casal, no Leblon, na Zona Sul do Rio. Para isto, a
justiça determinou que a casa não tivesse telefones fixos nem celulares e
acesso à internet. Na tarde da terça-feira (28), agentes da Polícia
Federal fizeram uma vistoria no apartamento e no prédio para garantir que o imóvem cumpra os pré-requisitos para a prisão domiciliar.
Os policiais ficaram pouco mais de uma hora no prédio. Foi possível ver
que eles conversaram com funcionários e checaram o interfone do imóvel.
Na saída, agentes informaram que fizeram a vistoria e que agora vão
entregar o laudo à Justiça. Um dos policiais chegou a dizer para
jornalistas que o imóvel "está apto".
Ré na Lava-Jato e presa desde dezembro do ano passado, a mulher de
Sérgio Cabral foi beneficiada por uma liminar do Superior Tribunal de
Justiça, concedida na sexta-feira (24). A ministra Maria Thereza de
Assis Moura autorizou a prisão domiciliar da ex-primeira-dama, sob a
alegação que os dois filhos do casal - de 10 e 14 anos - não poderiam
ficar privados dos dois pais ao mesmo tempo, já que Cabral também está
preso.
A volta de Adriana Ancelmo para casa motivou protestos na esquina da rua onde ela morava com o ex-governador Sérgio Cabral, no Leblon.
De madrugada, um pequeno grupo fez um panelaço na frente do prédio.
Pela manhã, cartazes foram colocados na orla, na esquina da Avenida
Delfim Moreira com a Rua Aristides Espínola. "Direito iguais para as
detentas pobres", diz um dos cartazes. "Detenta consumidora", diz outro.
Presa desde dezembro do ano passado, Ancelmo foi beneficiada por uma
liminar do Superior Tribunal de Justiça, concedida na sexta-feira (24).