A Polícia Civil vai investigar a participação de funcionários de empresas terceirizadas pelas operadoras de TV a cabo após a operação realizada na manhã desta quarta-feira (22) para desarticular uma quadrilha, com sede em Jaú (SP),
que furtava o sinal de operadoras de TV a cabo e vendia pacotes dos
canais de forma clandestina. Os clientes que compravam o pacote pirata
também vão ter que dar explicações.
As investigações começaram há seis meses e segundo o delegado do
Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo (Deic)
José Mariano de Araújo Filho, a central do crime funcionava em uma casa
no bairro Santo Antônio em Jaú (SP), mas a quadrilha atuava em São
Carlos e São Paulo. Oito mandados de busca e apreensão foram realizados.
Cinco pessoas foram presas e levadas para o Deic em São Paulo.
De acordo com a investigação, o pacote com todos os canais abertos saía
por apenas R$ 45 por mês, valor cerca de seis vezes menor do que o
cobrado pelas empresas que atuam legalmente no mercado. Ao fechar o
negócio, os clientes também pagavam R$ 400 por um aparelho chamado
decoder. É nele que deveria ficar o cartão que autoriza o sinal, mas
nesse esquema, o cartão era levado para casa onde funcionava a central
da organização criminosa, onde ele era conectado a um servidor que
compartilhava o sinal. Para cada cartão, podiam ser conectados até 100
clientes diferentes.
Eles conseguiam através da internet acessar a central onde todos os
cartões oficiais de todas as operadoras eram utilizadas para
compartilhamento das chaves criptográficas dos clientes deles. Então em
casa cartão oficial que eles utilizavam, eles conseguiam pendurar pelo
menos cem pessoas recebendo essa criptografia para abrir os receptores e
ter acesso a programação normal”, explica o delegado.
Pelo menos dois mil clientes estavam recebendo o sinal no momento em
que a operação foi realizada, mas a polícia acredita que a quadrilha já
tinha mais de 6 mil clientes em Jaú, São Carlos e São Paulo. A operação
foi desenvolvida por policiais da 4ª Delegacia de Investigações sobre
Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG).
A polícia informou que os equipamentos usados pela quadrilha eram roubados ou furtados. Segundo o delegado, eram de procedência chinesa e proibidos no Brasil.
“Muitos equipamentos são frutos de desvios, extravios de dentro dos
estoques das operadoras. Equipamentos furtados e até roubados, mas eles
também usavam equipamentos que são produzidos basicamente na China, não
são homologados para utilização no Brasil e, portanto, eles são
proibidos de serem usados para receber sinal de televisão por assinatura
no Brasil”, explica.
Em nota a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (Abta)
informou que contribui regularmente com as autoridades públicas com
subsídios técnicos para o combate à pirataria.