Deputado federal Hiran Gonçalves foi um dos convidados para o debate (Foto: Divulgação) |
Com a participação de 16
países da América Latina, está sendo realizado na sede da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, desde ontem, o 1º Encontro
Latino-Americano de Políticas de Promoção de Equidade em Saúde.
Organizado pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP),
do Ministério da Saúde, o encontro termina hoje com a presença de
representantes dos conselhos nacionais de Assistência Social (Conas) e
de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Convidado pelo senador Flexa Ribeiro
(PSDB-PA), o deputado Hiran Gonçalves (PP) participou do evento
representando a presidência do Grupo do Parlamento Latino-americano
(Parlatino). Em sua fala, ele disse que espera que a reunião possa ser a
primeira de uma série de outros fóruns de discussões que as áreas da
saúde deverão organizar em cada um dos países participantes desse
primeiro encontro.
“Dessa forma, poderemos conhecer a
realidade de cada país e terminarmos por construir protocolos que
facilitarão o tratamento das diferentes questões que envolvem populações
vulneráveis de uma maneira mais ou menos semelhante, respeitadas as
peculiaridades culturais, sociais, políticas, econômicas, religiosas de
cada país”, disse o parlamentar.
O deputado avaliou a realização do
evento como importante por convergir para um mesmo ponto de discussão o
tema da criação de políticas de promoção de equidade em saúde. Ele
assinalou que praticamente todos os países participantes têm uma
situação parecida em termos sociais, onde as realidades de saúde são
assemelhadas, o que facilita o debate e o fechamento de um documento
conjunto.
Na opinião de Gonçalves, o Brasil tem um
desafio que ele considera maior do que os enfrentados pelas outras
nações: um Sistema de Saúde que tem princípios constitucionais de
universalidade e equidade que o país está tentando construir ao longo do
tempo. Para ele, a experiência do SUS é única no mundo, uma vez que ele
atende cerca de 70% da população, sendo os outros 30% atendidos pela
saúde suplementar. No seu entendimento, poder mostrar a evolução dessa
experiência vai ser enriquecedor, uma vez que não vai acontecer apenas
transferência de informação, mas, uma troca com cada país.
Para o secretário-executivo do
Ministério da Saúde, Antonio Narci, o encontro levará ao intercâmbio com
as instâncias legislativas e executivas no desenvolvimento de políticas
que beneficiarão toda a população. “No Brasil, temos políticas de
educação popular em saúde que discutem a formação dos profissionais que
atuam nas áreas, para que conheçam as especificidades de cada população
vulnerável”, sintetizou. Narci evidenciou também a importância da
parceria com o Poder Legislativo na construção de ações que consolidem
as políticas de acesso das populações vulneráveis.
Por sua vez, o representante da
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Joaquin Molina, disse esperar
a identificação de práticas inovadoras e a promoção da troca das
experiências em políticas e programas de saúde de populações em
situações de vulnerabilidade, além do fomento da agenda de interlocução,
articulação e cooperação técnica entre os países para a qualificação e a
potencialização das ações, programas e políticas relativas à promoção
de equidade em saúde, educação popular em saúde, gestão participativa,
controle social e fomento da capacidade institucional dos países para
implementar as políticas e programas de promoção de equidade em saúde.
Segundo a secretária de Gestão
Estratégica e Participativa, Gerlane Baccarin, o evento vai servir para
que os países possam trabalhar de uma maneira mais próxima, no intuito
de diminuir a distância que existe entre as gestões, e fazer com que,
através da troca de experiência, se possa descobrir valores e
oportunidades existentes em cada política desenvolvida nos países
participantes. “Quero que o evento aproxime o Parlamento
Latino-Americano do Executivo da América Latina, pois não temos como
pensar em trabalhar sem que nossas ações não estejam atreladas:
Executivo com o Legislativo, para diminuir a iniquidade existente entre
as populações”, disse.
Conforme a diretora de Assuntos
Internacionais e Cooperação Técnica do Ministério da Saúde do Panamá,
Natasha Andormuá, a participação de 16 países no encontro dá a dimensão
da importância da discussão da Promoção de Equidade em Saúde. “Vou
debater a atenção integral aos imigrantes, que é um tema central que
impacta todos os países. Sabendo que hoje as fronteiras quase não
existem para enfermidades, é importante a coordenação entre países para
controlar qualquer risco que o movimento migratório possa ter na saúde
pública”, frisou.
Por Folha Web