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Júri de PMs acusados de jogar do telhado e matar suspeito será retomado nesta terça

Nesta segunda, testemunhas foram ouvidas. Crime ocorreu em setembro de 2015, quando o homem já estava desarmado no chão.
Fernando Henrique da Silva (no detalhe) é rendido por policial militar. Suspeito é jogado do telhado e depois é morto por policiais (Foto: Reprodução/TV Globo/Arquivo pessoal)

O júri de três policiais militares acusados de empurrar do telhado um suspeito de roubo, atirar no homem e matá-lo em seguido será retomado nesta terça-feira (28) às 9h30. O julgamento começou nesta segunda-feira (27), no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, e 14 testemunhas foram ouvidas durante 10 horas. O crime ocorreu em setembro de 2015, quando o homem já estava desarmado no chão.
Filmagem feita por um cinegrafista amador mostra o momento em que Fernando Henrique da Silva, de 23 anos, foi empurrado do telhado por PM de uma altura de 3 metros. Em seguida, grava o som de dois tiros. O crime ocorreu em 7 de setembro de 2015, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo.
Os agentes da Polícia Militar (PM) Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes respondem presos pelos crimes. A expectativa é a de que o julgamento termine nesta terça, quando devem ser ouvidos os réus.
De acordo com a defesa deles, o trio nega ter empurrado e executado Fernando. Alega que o suspeito se desequilibrou quando foi abordado por Samuel e caiu. Depois, sustenta que ele estava armado e atirou contra Flavio e Fabio, que revidaram os disparos para se defender.
"A delegada de polícia do setor de homicídios que concluiu o relatório, ela coloca claramente que o policial Paes, que seria o policial que estava em cima do telhado, agiu de acordo como se ela mesma tivesse agido. Ela coloca isso no relatório: que ele agiu dentro das possibilidades, que ele fez o que tinha que ser feito, não tinha outro caminho ali. E efetivamente não há prvas cabais de que ele tenha empurrado, e isso inclusive vai ser provado e demonstrado", disse o advogado Nilton de Souza Nunes.

Perseguição policial

Segundo a acusação, Fernando e um amigo, Paulo Henrique Porto de Oliveira, de 18, estavam sendo perseguidos por seis policiais como suspeitos por estarem numa moto que havia sido roubada dias antes.
Assim como Fernando, Paulo também foi morto na ação policial. Durante a perseguição, a dupla abandonou a moto e se separou. O primeiro subiu nos telhados de casas e o seguindo se escondeu dentro de uma lixeira na rua.

Segundo suspeito morto

Câmeras de segurança também gravaram o instante no qual Paulo foi rendido e levado para uma esquina, onde foi baleado por um agente.
Três policiais envolvidos nesse caso foram julgados neste mês por suspeita de executarem Paulo. Eles alegaram que a vítima havia tentado tomar a arma de um PM, que reagiu atirando. Todos respondiam ao crime presos.
No último dia 14, o soldado Tyson Oliveira Bastiane foi condenado pela Justiça a 12 anos, 5 meses e 17 de dias de prisão por homicídio simples pela morte de Paulo. O policial também cumprirá pena de 7 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, pelo crime de fraude processual.
O PM Silvano Clayton dos Reis foi absolvido do homicídio, mas acabou condenado por falsidade ideológica e porte ilegal de arma a 4 anos, 11 meses e 17 dias de prisão no regime semiaberto. O policial Silvio André Conceição foi inocentado de todos os crimes e acabou solto. 





Por G1 São Paulo
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