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Escócia dará 1º passo para novo referendo de independência

Votação para que a Escócia solicite nova consulta pública acontecerá na tarde esta terça. Theresa May tenta evitar o novo plebiscito, mas não há artigo que proíba a realização do referendo.
Premiê britânica, Theresa May, e premiê escocesa, Nicola Sturgeon, se encontraram em hotel em Glasgow, na segunda-feira (27) (Foto: Russell Cheyne/ Reuters)

O Parlamento da Escócia solicitará nesta terça-feira (28) a Londres a organização de um novo referendo de independência, descontente com a saída da Grã-Bretanha da UE, um cenário que vai testar a solidez do Reino Unido.
Um dia antes da primeira-ministra britânica, Theresa May, notificar oficialmente a saída de Londres da União Europeia, o que tornará a situação praticamente irreversível, a chefe de Governo verá sobre a mesa a demanda de um referendo que já chamou de "inaceitável", mas que poucos acreditam que poderá impedir.
Sem um artigo na Constituição que o proíba, May não tem praticamente outra opção que tentar adiar o referendo o máximo possível para que não coincida com os dois anos de negociações com Bruxelas sobre os termos do divórcio UE-Reino Unido.
O Partido Nacional Escocês (SNP) da primeira-ministra regional, Nicola Sturgeon, favorável à independência, precisa do apoio dos Verdes para aprovar o pedido, o que é considerado praticamente certo. A votação deve acontecer por volta das 16h GMT (13h de Brasília).

Última tentativa

May viajou a Escócia na segunda-feira (27) para uma reunião com Sturgeon, em uma última tentativa de aproximar as posições, mas nenhuma das duas mudou de opinião.
"Minha posição é muito simples e não mudou. Agora não é o momento de falar de um segundo referendo de independência", afirmou May em uma entrevista à agência britânica Press Association.
Antes, em um discurso, descreveu a união de Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales como "uma força imparável".
Sturgeon, que deseja o referendo no fim de 2018 ou início de 2019, insistiu após o encontro que "os escoceses podem tomar uma decisão bem fundamentada sobre seu futuro" neste prazo e que não há motivo para esperar mais.
Após a aprovação da demanda de referendo pelo Parlamento escocês, o Parlamento britânico, onde os conservadores de May têm maioria absoluta, deverá se pronunciar a respeito.
Tanto a Câmara dos Comuns como a dos Lordes precisam autorizar, o que tecnicamente consistiria em aprovar a transferência a Edimburgo do poder de organizar o plebiscito.
May poderia aceitar a votação do Parlamento britânico, mas negar-se a assinar a transferência até depois do Brexit. Além da data, ela e Sturgeon teriam que negociar a pergunta a ser feita no plebiscito.
No referendo de 2014, a permanência no Reino Unido venceu por 55% a 45%. A votação aconteceu com o compromisso de definir o tema por pelo menos uma geração.
Mas os defensores da independência da Escócia alegam que em seu programa eleitoral constava que no caso de "uma mudança material das circunstâncias" eles solicitariam um novo plebiscito.
A mudança aconteceu com o Brexit. Os escoceses votaram majoritariamente a favor da permanência na UE, mas seu voto se viu diluído a nível nacional. Sturgeon acusa May de não ter levado a Escócia em consideração nos preparativos para as negociações com Bruxelas, ao descartar, por exemplo, a permanência no mercado único europeu. 






Por France Presse
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