A lentidão é uma rotina constante na vida dos passageiros da CPTM. O
trem vai devagar em vários trechos. O Bom Dia São Paulo teve acesso a
documentos da própria CPTM que comprovam o que todo mundo já
desconfiava: falta manutenção nas linhas. Segundo especialistas, essa
falta de cuidado coloca a segurança dos passageiros em risco.
O Bom Dia São Paulo teve acesso a informações da CPTM que mostram que
em 49 pontos da rede os maquinistas são obrigados a diminuir a
velocidade dos trens.
Esse tipo de cautela é comum em qualquer ferrovia. Com o tempo e a
circulação dos trens as peças precisam ser trocadas e, durante a
manutenção, os trens devem passar mais devagar nesse trecho. O problema é
que na CPTM esse processo acaba se arrastando por anos.
O problema mais antigo da linha é de 2001, quando os técnicos da CPTM
disseram que o trilho entre campo limpo paulista e várzea paulista, na
linha 7-Rubi, estava desnivelado. Por isso, o limite de velocidade caiu
de 90 km/h para 20 km/h. Hoje, 16 anos depois, o problema não foi
resolvido e nem tem data pra ser.
Os trens também reduzem a velocidade em quase nove quilômetros de
trilhos condenados, que já estão gastos e precisam ser substituídos, na
Linha 10-Turquesa. Defeitos detectados em 2015 e que até hoje não foram
consertados.
Na linha mais cheia, a Linha 11-Coral, são oito pontos de redução de
velocidade. Um deles por causa de um parafuso emperrado. Um maquinista
que trabalha há 20 anos na CPTM disse que tem medo de um acidente
acontecer a qualquer momento. “Quanto mais cheio o trem tá ele fica mais
pesado e no trilho desgastado ele tem um risco maior de queda”,
afirmou.
O presidente da CPTM, Paulo de Magalhães, informou que a companhia
comprou dez mil toneladas de trilhos para substituir os que estão com
problemas. "Está sendo feito dentro da nossa capacidade de execução, mas
não tem nenhum risco para a operação", disse.