Um relatório elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica divulgado nesta
quarta-feira (22) mostra que a qualidade da água é considerada boa em
apenas seis (2,5%) de 240 pontos analisados nas bacias brasileiras
situadas nesse bioma. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o
22 de março como o Dia Mundial da Água.
O documento traz o resultado de 1.607 análises da qualidade da água.
São 73 municípios de 11 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa
Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.
Nenhum ponto monitorado apresentou a água com parâmetros necessários
para ser considerada ótima. Em 168 deles, 70% das regiões analisadas, a
qualidade é regular. Em 63, ou 26,3%, é ruim. Três pontos - 1,2% - têm o
índice classificado como péssimo.
Critérios
As coletas foram feitas mensalmente no período de março de 2016 até
fevereiro deste ano. São 16 critérios levados em consideração:
temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo
flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes
vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio
dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial
hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).
Após a análise das amostras mensais em cada um dos pontos, foi feita a
média dos resultados para estabelecer o índice de qualidade.
“A principal causa da poluição dos rios monitorados é o despejo de
esgoto doméstico junto a outras fontes difusas de contaminação, que
incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e
insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo”, disse
Malu Ribeiro, coordenadora de Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata
Atlântica.
De acordo com a fundação, em comparação com o ano anterior, 15 pontos
apresentaram perda de qualidade da água. Treze deles estão localizados
em capitais e em bacias urbanas. Desses, oito estão em São Paulo, na
bacia hidrográfica do Rio Tietê; um na cidade do Rio de Janeiro, no Rio
Pavuna; três no Recife, no Rio Capibaribe; e três em João Pessoa, nos
Rios Jaguaribe e Tambiá.
Outros 18 trechos analisados apresentaram melhoria em relação ao ano
passado - todos estão localizados em regiões que contam com mata nativa e
áreas protegidas, e também contam com ações de saneamento básico.
Desses locais com melhorias, 15 estão na bacia hidrográfica do Rio
Tietê, sendo sete deles localizados em São Paulo; um na cidade do Rio de
Janeiro, junto ao sistema de pré-tratamento no Rio Carioca; um em
Olinda, no Rio Beberibe; e um em Maceió, no Riacho Doce.
Em 134 pontos analisados não houve alteração significativa da qualidade
da água em comparação com o ano passado. Trinta e quatro deles, no
entanto, mantiveram os índices de qualidade como ruim ou péssimo.
Por G1