Especialistas de outros estados e líderes locais vão participar do evento, que ofertará minicursos e visita à Comunidade Nova Esperança
Professor mestre Brunno Di Brito, um dos organizadores e expositores do VI Encontro (Foto: Antônio Carlos) |
Como promover o turismo
no Estado ao mesmo tempo em que se respeita a cultura dos seus povos
tradicionais? De hoje até domingo, 26, o tema será discutido no prédio
do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (Pronat) da
Universidade Federal de Roraima (UFRR). Trata-se do VI Encontro de
Turismo de Base Comunitária da Amazônia (VI ETCA), que pela primeira vez
é realizado em Roraima.
As inscrições acontecem até hoje e a
organização é do Instituto de Geografia da UFRR, dos cursos de Turismo
da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e do Instituto Federal de
Roraima (IFRR), além destes dois cursos da Universidade do Estado do
Amazonas (UEA). Dentre os apoiadores, estão o Sebrae, o Governo de
Roraima e o Ministério do Turismo.
Professores de outras regiões
brasileiras e representantes de comunidades indígenas de Roraima foram
convidados. O professor mestre Brunno Di Brito, um dos organizadores e
expositores do VI Encontro, anuncia que as professoras doutoras Luzia
Neide Coriolano (Universidade Estadual do Ceará - UECE), Yolanda Flores e
Silva (Universidade do Vale do Itajaí - Univali) e Luciene Jung
(Universidade de Caxias do Sul, UCS) são as mais aguardadas, pois são
autoridades em apontar estratégias utilizadas nacionalmente que podem
ser úteis para o turismo local e discutir os desafios atuais para a
região.
O pesquisador Enoque Raposo,
representando a Comunidade da Raposa, em Normandia, Leste do Estado, e o
líder indígena Alfredo Silva, da Comunidade Nova Esperança, em
Pacaraima, Norte do Estado, farão relatos de vivência. Haverá ainda seis
minicursos, além de mesas-redondas e palestras. No final de semana,
será feita uma visita para a Comunidade Nova Esperança.
As inscrições para o VI Encontro custam
R$80,00 para estudantes de graduação, R$100,00 para estudantes de pós,
R$150,00 para professores e R$200,00 para a comunidade em geral. Cada
minicurso custa R$50,00 e o passeio para a Nova Esperança R$200,00.
Brunno Di Brito explicou que os preços são para cobrir as despesas. Os
interessados devem acessar a página ufrr.br/tca ou ir no momento do
credenciamento na UFRR. A programação do encontro começa às 8h e segue
até as 19h.
Experiência veio para somar, afirma professor
Professor mestre do curso de Turismo da
UERR, Brunno Di Brito disse que o turismo comunitário pode ser
considerado invasivo por muitos povos, pois eles recebem os turistas em
suas residências. Mas é uma atividade que vem para somar a essas
comunidades, junto com os outros meios econômicos já existentes, como o
artesanato e a pecuária.
Atraindo principalmente o viajante que
não se importa em ficar sem hotéis chiques e banhos de água quente, o
turismo comunitário incentiva os grupos daquelas localidades ao invés de
remunerar redes hoteleiras e agentes. Porém, não é o objetivo que ele
se torne massificado. Por Roraima ser uma área de natureza, os passeios
não suportam grupos de 50 visitantes, por exemplo. A média atual com até
25 pessoas por vez é o ideal.
Para que ele se aprimore Brunno Di Brito
acha fundamental realizar atividades como a do encontro que inicia
hoje. Mas, o maior desafio ainda, é o custo de uma viagem até o Estado.
“O nosso principal acesso é pelo aeroporto, o que é muito caro. De
Manaus [AM] para cá já é muito caro. Para completar, o mercado divulga
mais regiões como o Nordeste, fazendo com que haja menor procura para cá
e, consequentemente, preços mais caros. Um pacote para conhecer o Monte
Roraima sai por R$2 mil. Com esse dinheiro muitos preferem ir para o
Caribe”, frisou.
Em um ano, 60 milhões de brasileiros
viajam dentro do Brasil. Destes, apenas um milhão foi para Manaus, que é
a cidade mais visitada do Norte e que tem a melhor infraestrutura de
turismo. O outro destino mais procurado é Belém (PA). A população do
Estado pode contribuir para reduzir os preços e divulgar mais as
próprias atrações, através de grupos como o “Mochileiros”, nas redes
sociais. (NW)
Por Folha Web