Uma escola que deveria ter sido entregue em julho de 2015 e obras
paradas há mais de dois anos. É assim que está a situação da escola 15
de Julho, em Tarauacá. Orçada em R$ 3.471.442,29, a construção da escola
está abandonada e sem previsão para ser retomada.
O ex-prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, explica que as obras
foram paralisadas por falta de repasse do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), que garantiu o recurso. Ele diz
também que entregou a obra já paralisada para a nova gestão em 2016 e
não sabe como está a situação da escola.
"O FNDE libera o recurso de acordo com a medição, que é a obra já feita
com o atestamento do engenheiro deles. Acontece que, com a crise que se
instalou no país durante a nossa gestão, eles não estavam liberando
recurso, mesmo com as medições no sistema. Então, nós entregamos a obra
parada para a nova gestão e eu não sei dizer como está a partir daí",
explica.
Já a atual gestora do município, Marilete Vitorino, explica que, além
dos recursos serem disponibilizados conforme a medição, ainda houve
problemas com a empresa responsável pela obra.
"O problema da escola foi com a empresa que parou a obra há alguns anos
e não tem recurso pra continuar o serviço. E o pagamento é conforme a
medição. O caso já está com o jurídico, que já notificou a empresa e,
provavelmente, o contrato será cancelado e haverá uma nova licitação",
destaca.
Damasceno disse ainda que durante a gestão dele, estavam previstas a
construção de 9 escolas. Duas delas, na zona urbana, foram concluídas, e
as demais, na zona rural, ficaram pendentes por causa do repasse dos
recursos.
Marilete reforçou que ainda há obras pendentes e a situação deve ser
analisada pela equipe atual. "Estamos analisando bem a situação. Há
outras escolas na mesma situação, paralisadas há mais de 2 anos",
explica.
O médico Rosaldo Aguiar explica que mora em Feijó, mas também faz
atendimentos em Tarauacá, e sempre que vai para o município passa pela
obra abandonada. Aguiar diz estar indignado com a situação.
“Eu sempre passo ali pela escola e quis saber o motivo de estar daquele
jeito. Pela informação que eu tenho, deveria ser uma escola modelo, com
quadra coberta e até piscina, mas está lá o prédio abandonado. É
dinheiro público e está lá abandonado”, reclama.
Aguiar chegou a publicar um vídeo nas redes sociais mostrando a
situação da escola. O médico diz que estudou em uma escola no Seringal
Santa Luzia e não tinha bancos para se sentar. No vídeo, ele explica que
é preciso valorizar a educação.
“Saibam que eu não sou professor, mas estudei em uma escola distante no
rio Tarauacá que nem banco para sentar nós tínhamos, era só pobreza,
dificuldade e tudo. Eu sou médico por causa do professor que me educou e
minha família que me ajudou”, finaliza o médico no vídeo.
Por Karolini Oliveira, G1 AC, Rio Branco