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Jovem baleada na Praia da Reserva irá tomar anticoagulante pelo resto da vida

Disparo perfurou intestino e importante veia da estudante. Polícia identificou suspeitos como sendo da Cidade de Deus.
Jovem baleada na Praia da Reserva foi identificada como Larisse Isídio da Silva, de 21 anos (Foto: Reprodução/Facebook)

Baleada há duas semanas na Praia da Reserva, na Zona Oeste do Rio, a estudante Larisse Isídio, de 21 anos, foi orientada por médicos a tomar, pelo resto da vida, anticoagulantes e usar meia elástica de compressão na perna direita.
Atingida no adbômen por uma bala perdida, a jovem teve perfurados o intestino e a veia ilíaca - importante vaso do corpo responsável por "trazer" o sangue de membros inferiores para o coração.
No dia 21 do mês passado, Larissa aproveitava um típico domingo de sol ao lado do namorado, da irmã e do cunhado quando foi atingida. A jovem foi resgatada para Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde permaneceu até a ultima sexta-feira (2).
"Estava com o meu namorado. Achamos que fosse um arrastão e corremos... Seria a reação de qualquer pessoa. A gente não imaginava que tinha arma, que se tratava de um assalto. Estávamos debaixo do guarda-sol, conversando, e vimos pessoas correndo. Depois, foi tudo muito rápido", contou.
Larisse caracterizou a dor que sentiu no momento em que foi baleada como uma "queimação". Além disso, ao ser atingida, ela disse que parecia que alguém a empurrara por trás.
"Sentir dor, senti. Mas era como uma queimação e a sensação de que alguém estava me empurrando. Eu cai na escada, então não fiquei suja com a areia. Apareceram enfermeiras, médicos. Aí, já foram me ajudando", disse.
Passado o período de internação, Larisse diz que deve a Deus a recuperação e chega a rir ao afirmar que não deixará de ir à praia. Por enquanto, os médicos orientaram a jovem a permanecer em repouso, ao menos até abril.

'Nasceu de novo'

Angiologista e conselheiro do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) , Joé Gonçalves Sestello avalia que Larisse "nasceu de novo". Segundo ele, a bala poderia ter atingido uma artéria, o que tornaria mais difícil o resgate da jovem. "A perda de sangue ia ser muito grande [se a artéria fosse perfurada]", ressaltou.
O especialista explica que as recomendações recebidas por Larisse têm a ver com o risco de a jovem sofrer uma trombose na perna.
Sestello explicou que o anticoagulante irá ajudar a "afinar" o sangue e a meia de compressão trabalhará contraindo o músculo da perna da jovem. A contração também irá auxiliar no tratamento.

Suspeitos identificados

Os suspeitos envolvidos na ocorrência que deixou Larisse ferida são da Cidade de Deus, segundo investigação da 16ª DP (Barra da Tijuca). O delegado titular da unidade, Marcus Neves, disse que já foram identificados três homens.
A princípio, segundo o relato de um policial militar de folga que foi vítima dos bandidos, seriam dois criminosos envolvidos na ocorrência.
O PM contou que teve arrancado um cordão e os criminosos ainda tentaram levar a bolsa da mãe dele. O militar disse que correu atrás dos ladrões e, então, um deles disparou a esmo.
"Tinha um outro cara de moto esperando ele. Não teve troca de tiro. A praia estava cheia, eu estava com a minha família. Eu corri atrás porque pensei que a arma fosse de brinquedo", relatou o militar, que negou ter atirado contra os criminosos. 





Por Nicolás Satriano, G1 Rio 
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