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Emocionado, vereador afirma que Teresa é prefeita da minoria


   
Foto:  Antônio Diniz
Sandro Baré: “Meu pai não tem nada a ver com meu trabalho. Mas mesmo assim, dos nove consultores jurídicos, ela demitiu só o meu pai”


“Tudo que a prefeita está fazendo comigo eu desejo que Deus dê em dobro a ela”. Foi assim que iniciou o discurso do vereador Sandro Baré (PDT), na sessão de ontem, na Câmara de Boa Vista. Alegando perseguição por parte da prefeita Teresa Surita (PMDB), que exonerou o pai dele, Stélio Baré de Souza Cruz, 65, do cargo em comissão que exercia como assessor especial da Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoas, o vereador denunciou que a prefeita tentou comprá-lo depois que ele se posicionou contra ela e não aceitou a propina oferecida.

Ele ainda a acusou de agir com covardia ao promover um ato de retaliação contra um membro da família dele. “Teresa Surita, você não é daqui nem veio para ficar. Eu sou e vou morrer aqui. E a senhora não foi eleita pela maioria, e sim pela minoria. A maioria da população lhe quer longe do nosso Estado. E não mande mais nenhum emissário para tentar me comprar. Porque aqui não tem mercadoria. Aqui tem vereador. Fui eleito para trabalhar pela cidade em que eu nasci e nem que eu tenha que cumprir um mandato de vereador, por não ter me vendido a essa prefeita, nem que seja cassado, vou permanecer com o mesmo posicionamento”, afirmou Baré.

Ele destacou que o pai dele, Stélio Baré de Souza Cruz, é funcionário concursado da Prefeitura desde 2004 e estava na leva dos analistas jurídicos que o Município teve que contratar por força de decisão judicial. Ele recebia gratificação assim como os demais analistas para desempenhar a função, já que o salário com que eles foram contratados era de apenas R$900,00. “Assim como os demais, com exceção do secretário de municipal de Segurança e Trânsito, o meu pai tinha o cargo comissionado para defender o Município. E todos os dias meu pai realizada no mínimo 10 audiências pela Prefeitura. Fazia o trabalho dele. E eu o meu. Meu pai não tem nada a ver com meu trabalho. Mas, mesmo assim, dos nove consultores jurídicos, ela demitiu só o meu pai”, relatou, emocionado, gerando reação nas pessoas que estavam na galeria, assistindo ao discurso, que chegaram a gritar: “Prefeita perseguidora”.

Baré reafirmou que o que ocorreu foi em razão de ele ter se posicionado como vereador contrário a algumas questões da Prefeitura e que, depois disso, a perseguição também começou no meio judicial, relatando que coincidentemente uma ação judicial contra ele, que estava arquivada, por ter sido julgada improcedente, voltou a tramitar. “As denúncias, misteriosamente, depois que comecei a me posicionar, voltaram a aparecer”, observou.

Segundo ele, a mudança de posicionamento ocorreu somente agora, porque decidiu dar um tempo para a Prefeitura mostrar o trabalho a que se propôs e só então se posicionar se ficaria como aliado ou oposicionista da prefeita.

“Por entender que estava no início ainda, e que não dava tempo para fazer muita coisa, fiquei quieto observando. Mas já são 10 meses da atual administração e, se formos observar, em todos os setores há problemas. Se formos ao setor de Zoonoses, nas escolas municipais, nos postos de saúde, no Hospital da Criança, vamos ver a realidade. Vamos visitar a periferia da nossa cidade, vereadores! Vamos conversar com os servidores públicos e confirmaremos as atrocidades que foram cometidas contra eles, com a retirada das gratificações, dos adicionais noturnos, periculosidade, deixando todos como bóia-fria, porque é assim que ela gosta de tratar os funcionários públicos, que ganharam 10 horas a mais de trabalho para serem obrigados a optar por um vínculo concursado e ainda terem que contratar pessoa para cuidar dos filhos”, comentou.

O vereador afirmou ainda dá tempo de a Câmara Municipal não ser vista como um parlamento “chapa branca” e mostrar que é um Poder independente e ajudar o município de Boa Vista.

Baré destacou que o que mais o revoltou nesse ato da prefeita Teresa Surita não foi à exoneração em si, mas a perseguição que ela estaria cometendo. Segundo ele, a prefeita não estaria entendendo que ele está somente fazendo o trabalho de vereador.

“Ela tem que entender que o meu trabalho na Câmara não é mercadoria. E mesmo se ela quisesse devolver o cargo para o meu pai, ele não quer mais, pois ele me disse: ‘Meu filho, não preciso disso que a prefeita tirou do seu pai. Preciso apenas que você continue sendo homem de verdade, um vereador de verdade e honre sua família, seus amigos e seus eleitores’. Por isso, na minha cara ela não vai jogar isso de ser vereador “chapa branca”, declarou, emocionado, afirmando que a prefeita está lidando com uma pessoa de berço, um roraimense que foi criado numa fazenda  e que chegou onde chegou com o apoio dos amigos e da família.

Ele acrescentou: “Quero que ela me deixe trabalhar, porque fui eleito para trabalhar pelo povo, assim como ela. E, se depender desse ‘caboco’, ela pode botar para cima’. “E desejo que tudo que fizer comigo, que Deus de em dobro para ela”, declarou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura para saber a razão da exoneração de Stélio Baré de Souza Cruz e sobre o posicionamento da prefeita a respeitos das acusações de perseguição feitas pelo vereador Sandro Baré em plenário. No entanto, até o fechamento desta matéria, às 20 horas, não houve nenhum retorno da Prefeitura.







SHENEVILLE ARAÚJO
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