Duas adolescentes de 15 e 17 anos procuraram a Folha para denunciar o estado crítico da escola. Uma delas contou que, após a explosão, os alunos ficaram sem aula. “Os alunos foram liberados para casa, pois não havia condições de assistirmos aula”, disse. Com a instalação de centrais de ar-condicionado nas salas, os ventiladores foram retirados, mas agora os aparelhos estão queimados e os estudantes estão sofrendo com o calor. “Os colegas do outro pavilhão foram transferidos para cá [2° pavilhão] e agora são duas turmas assistindo aula na mesma sala e no calor”, afirmou.
A Folha procurou a direção da escola para falar do problema. A gestora Florismar Bezerra Oliveira disse que as dúvidas seriam sanadas apenas através da assessoria da Secretaria de Educação. Ela limitou-se a dizer que a reforma iniciada em março deste ano está seguindo, porém houve uma parada nas obras, mas não informou o motivo.
Uma professora que não quis se identificar informou que todos estão correndo risco, pois todas as vezes que as centrais de ar são ligadas há surgimento de fumaça e o fedor fica insuportável. “As obras pararam a quase um mês na parte essencial, que é a instalação elétrica, e todos sabem que fios pegam fogo mais rápido”, comentou.
Um fato apurado pela Folha é de que os professores estariam se sentindo coagidos a não denunciarem o fato para a imprensa. Quem tentou fazer isso foi transferido. Outra informação é que a empresa responsável pela obra não recebeu o pagamento do governo.
SEED – Em nota, a Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) afirmou que ocorreu uma pane na rede elétrica da Escola Tancredo Neves no dia 21 e que os ajustes já estão sendo feitos.
“Quanto à obra da reforma, a previsão de conclusão é fevereiro de 2014, em razão dos dois aditivos solicitados pela empresa que executa a obra. Enquanto isso, as aulas ocorrem normalmente, conforme deliberado em reunião no início deste ano com a presença de pais, responsáveis e equipes docente e gestora, descartando prejuízo intelectual aos alunos”, diz a nota.
Em relação às denúncias de ameaças sofridas pelos professores, a Seed nega a informação e frisou que todas as escolas contam com gestão democrática e que os professores e demais servidores têm total liberdade de contribuírem por meio de reclamação, sugestão, crítica diretamente com a gestão escolar ou procurar a Ouvidoria da Seed, que adotará as medidas legais cabíveis.
SEINF – A Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinf) informou que as obras foram paralisadas para readequação de projetos e, com isso, haverá aditivo de serviço. A paralisação das obras será no período de 60 dias. Na nota, negou que a empresa não tenha recebido o pagamento.
Disse ainda que um técnico em engenharia elétrica do Departamento de Engenharia e Obras (DEO) foi enviado ao local para verificar o ocorrido e ficou constatado que a rede elétrica não suporta a demanda. Isso foi constatado após as centrais serem ligadas. Está prevista a instalação de uma subestação de entrada para tornar a rede mais resistente. Essa obra está em fase de empenho.