Foto: Antônio Diniz
Servidores que aderiram à greve foram impedidos de entrar no prédio da Emhur
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Mais de 30 servidores efetivos da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) decidiram em assembleia deflagrar greve por tempo indeterminado. Ontem pela manhã, os grevistas se concentraram com cartazes e faixas reivindicatórias em frente ao prédio da Emhur, localizado na avenida Capital Júlio Bezerra, no bairro São Francisco, para protestar por melhores condições de trabalho e equiparação salarial condizente com os trabalhos que desenvolvem.
Os funcionários grevistas relataram que foram impedidos de entrar no órgão, ontem pela manhã. “A presidência não deixou nenhum funcionário entrar no prédio. Chamaram até a Guarda Municipal. Nossa manifestação é legítima, estamos lutando por um serviço público de qualidade”, comentou o procurador do órgão, Felipe Leiros.
São várias as reivindicações apresentadas pela categoria, mas as principais são: o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e correção das distorções salariais dos servidores da Emhur comparados com categorias idênticas no âmbito do serviço público municipal.
“Já estamos reivindicando melhorias há 10 meses e até o momento nenhuma proposta concreta foi apresentada pela diretoria da Emhur. Queremos que a administração insira dentro do orçamento ordinário, antes de ser aprovado, uma proposta referente à equiparação salarial compatível com o trabalho que desenvolvemos”, disse Felipe Leiros.
Enquanto os agentes de trânsito responsáveis pela fiscalização do transporte coletivo, transporte escolar e dos táxi-lotação recebem R$644,00, os fiscais da Secretaria Municipal de Trânsito (Smtram) ganham R$3 mil. Para Deivid Martins, servidor da área de fiscalização de mobilidade urbana da Emhur, a falta de comprometimento da gestão do órgão não é apenas com os funcionários, mas também com a população.
“Queremos condição de trabalho e de salários. Não temos uniforme de identificação nem veículos para realização do trabalho. Por conta disso, não podemos realizar uma operação de fiscalização ostensiva em outros pontos da cidade, e a população é a maior prejudicada”, destacou.
No final da manhã, os grevistas estiveram na Câmara Municipal de Boa Vista, onde levaram ao conhecimento da Casa suas reivindicações. Eles pediram apoio dos vereadores para a inclusão das correções salariais no orçamento da Emhur, que já está em tramitação na Câmara.
No começo da semana, os fiscais aproveitaram o serviço de fiscalização no táxis-lotação e ônibus urbano para protestar contra a falta de estrutura para trabalhar e os baixos salários.
PREFEITURA - A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista por email, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno. (S.M)
SUEDA MARINHO