O veterano da luta contra o apartheid Ahmed Kathrada, companheiro de
cela de Nelson Mandela na prisão de Robben Island, morreu nesta
terça-feira (28) em Johannesburg, aos 87 anos, informou a fundação que
leva seu nome.
Ahmed Kathrada foi vítima de complicações após uma cirurgia, segundo a fundação.
Deputado e conselheiro do presidente Mandela em seu único mandato à
frente da África do Sul, entre 1994 e 1999, Kathrada integrou o primeiro
círculo de dirigentes históricos do Congresso Nacional Africano (ANC).
Conhecido por “Tio Kathy”, Kathrada, de 87 anos, estava hospitalizado
desde o início de março. Nesta segunda (27), sua condição se deteriorou
rapidamente, após ser afetado por uma pneumonia.
Kathrada dedicou sua vida a lutar contra a injustiça racial do governo
da minoria branca. Ele também foi um dos mais altos líderes do Congresso
Nacional Africano (ANC) a criticar o governo do presidente Jacob Zuma,
como acusações de corrupção e má administração.
No ano passado, Kathrada escreveu uma carta aberta pedindo que Zuma
renunciasse, acusando o governante de uma série de escândalos, de usar
dinheiro dos contribuintes para melhorar sua fazenda.
Filho de pais indianos imigrantes na pequena cidade de
Schweizer-Reneke, na província noroeste, pouco antes da “Grande
Depressão”, em 1929, Kathrada se envolveu na política aos 12 anos quando
distribuiu panfletos para a Liga dos Jovens Comunistas da África do
Sul.
Depois de décadas de ativismo, foi sentenciado a prisão perpétua e
trabalho duro em 1964, juntamente com Mandela, Walter Sisulu e Govan
Mbeki.
Kathrada passou 18 anos prisão do apartheid Robben Island, a poucos
quilômetros de Cape Town. Em 1982, foi transferido para a prisão
Pollsmoor. Foi libertado em 15 de outubro de 1989, aos 60 anos, tendo
passado pouco mais de 26 anos na cadeia.