Empresa Paramazônia afirmou que, em caso de pane, orientação a pilotos é de pouso imediato
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Paciente transportada pelo avião sofreu leves ferimentos e deu entrada no Hospital Geral de Roraima (Foto: Hione Nunes) |
Na tarde de ontem,
26, um bimotor que partiu da comunidade indígena do Auaris, com destino à
Boa Vista, precisou fazer um pouso de emergência na comunidade indígena
Waikas, no Norte do Estado, por conta de problemas mecânicos, mais
precisamente falha no motor. A aeronave estava com o piloto e uma
indígena yanomami de 78 anos, que sofreram leves ferimentos e foram
resgatados por um helicóptero que fez a remoção deles até a capital,
onde deram entrada no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Conforme o diretor da Hutukara
Associação Yanomami, Maurício Yekuana, o acidente aconteceu
aproximadamente às 14 horas e a aeronave é da empresa Paramazônia,
contratada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para fins
de saúde. “O monomotor decolou e logo o motor começou a falhar, foi
quando o piloto começou rapidamente a tentar fazer um pouso forçado”,
informou.
Ele ainda disse que indígenas da
comunidade Waikas relataram que ação do piloto não foi suficiente para
concluir o pouso e, na cabeceira da pista, a aeronave caiu. “A diretoria
da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não confirmou a
informação da queda. Eu fiquei sabendo do episódio por indígenas da
comunidade Waikas, que disseram que o pouso não chegou a ser realizado
totalmente e o avião caiu bem na cabeceira da pista”, salientou.
Maurício Yekuana concluiu fazendo um
apelo à Sesai e à empresa proprietária do monomotor para fins de
esclarecimentos. “Quero pedir a diretoria da Sesai e da empresa que
pertence a aeronave que esclareçam o que realmente houve, afinal
queremos segurança. A gente vive voando nos aviões dessa empresa,
precisamos saber o que realmente aconteceu para providências”, concluiu.
PARAMAZÔNIA - A direção
da empresa Paramazônia procurou a reportagem da Folha para negar que a
aeronave Cessna-206 que retornava da área Yanomami para Boa Vista na
tarde de ontem, 26, caiu. Frisou que foi um episódio de pouso forçado.
De acordo com a gestora responsável,
Helena Lima, o voo durou cerca de trinta minutos e decolou da pista de
pouso Olomai, na comunidade Yanomami, pousando logo em seguida na pista
da comunidade Waikas, por medida protetiva. “Nossa orientação é que se
for detectado algum problema, ou se o piloto não se sentir seguro, deve
pousar imediatamente. Nós assumimos recentemente a empresa e a segurança
é nossa prioridade”, reforçou.
Segundo a gestora, não houve feridos e
apenas um indígena que precisava de atendimento médico estava sendo
transportado na aeronave e foi levado ao hospital. "A política da
empresa é que, em qualquer sinal de anormalidade durante o voo, o piloto
deve realizar o pouso e contatar a gestão, que enviará uma equipe de
mecânicos especializados. Primamos pela segurança e pela qualidade e
estamos reorganizando a empresa", disse.
A gestora ainda informou que a
Paramazônia passou por mudança na gestão em novembro do ano passado e
que possui uma nova sala de controle para assegurar aos pilotos e
passageiros a maior segurança possível com monitoramento e comunicação
direta durante os voos. (E.S)
Por Folha Web